Araucarienses relatam rotina com a pandemia da COVID-19

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Em meio à crise mundial que se formou diante da pandemia do coronavírus, uma mistura de sentimentos invade o coração dos araucarienses que, nesse momento, estão fora do Brasil. Por um lado, está o medo de voltar para casa, correr o risco de ser contaminado pelo caminho e ainda enfrentar o desemprego. Por outro, a saudade da família e a necessidade do abraço nesse momento tão difícil. O fato é que cada um, no país que escolheu para viver, segue agora as determinações impostas pelos respectivos governos, e driblam a saudade, relatando aos demais araucarienses, como tem sido sua rotina diante da pandemia.

Araucarienses relatam rotina com a pandemia da COVID-19
Thais trabalha como babá nos Estados Unidos e preferiu ficar por lá para se manter empregada.

Thais Aline Cordeiro, 26 anos, está morando em Durham, no estado de Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Ela participa de um programa de intercâmbio chamado Au Pair, onde trabalha como babá para uma família americana. “O programa existe desde os anos 70, as famílias contratam mão de obra estrangeira e têm a oportunidade, assim como a babá, de conhecer outra cultura”, explica. Thais tem vivido uma rotina bem diferente da que encontrou quando chegou naquele país, em outubro de 2019. Após a pandemia, ela se viu confinada em casa, cuidando de duas crianças pequenas. “Eu moro onde trabalho e é bem complicado, meus chefes estão trabalhando de casa também, as crianças ficam direto comigo, então é tudo muito estranho. Fiquei assustada quando no começo da pandemia, as pessoas aqui ficaram bem desesperadas e simplesmente limparam os supermercados, as escolas fecharam bem antes que aí no Brasil, parques foram fechados. O prefeito daqui decretou umas duas semanas atrás um ‘stay-at-home’, ou seja, nós só podemos sair para mercados, farmácias ou hospitais, se você for visto ‘zanzando’ na rua sem necessidade, é multado. As pessoas estão levando a sério isso, as ruas estão desertas por aqui”, relata a jovem.

Ele conta ainda que no início da pandemia, teve a oportunidade de voltar para o Brasil, mas preferiu ficar nos Estados Unidos, onde pelos menos está empregada. “Se voltasse agora não poderia ajudar financeiramente minha família e nem poderia me sustentar”, conta. Na quarentena, Thais diz que se reveza entre cuidar e distrair as crianças, com brincadeiras e atividades, e os estudos da língua inglesa.

Para estudar

Araucarienses relatam rotina com a pandemia da COVID-19
Paulo escolheu a França para fazer seu intercâmbio e aprender sobre a língua daquele país.

Foi através do programa de intercâmbio do Rotary Club de Araucária que o jovem Paulo Alves Ramos, 17 anos, chegou até a cidade de Lyon, na França. Vivendo no estrangeiro há cerca de 7 meses, ele conta que a vida depois da pandemia, não tem sido muito fácil. O país, que já contabiliza milhares de mortes pela COVID-19, confinou seu povo a uma quarentena que já passa de três semanas. “Aqui parou tudo, pois a Espanha tem mais de 90 mil casos confirmados, sendo mais de 10 mil já recuperados, sem contar as mortes. Então, nesse momento, nossa casa é o lugar mais seguro”, afirma.

Paulo conta que o governo francês já avisou que não tem previsão para pôr fim ao confinamento. “Minha família aqui da França e eu estamos na casa da montanha, isolados, e passamos o tempo lendo, estudando a língua espanhola. O governo liberou a saída das pessoas de suas casas, um membro da família apenas, por uma hora, com a apresentação de autorização por escrito, seja para fazer as compras necessárias ou para a prática de exercícios. Quem não tiver esta autorização, pagará uma multa de 138 euros. Tive a chance de voltar para casa no começo da pandemia, com todo suporte oferecido pelo Rotary, mas conversei com meu coordenador daqui e com minha família brasileira, e achamos por bem eu ficar na França, porque era mais perigoso eu voltar, já que teria que passar por quatro aeroportos, e era uma opção perigosa”, disse.

Araucarienses relatam rotina com a pandemia da COVID-19
Monique foi para o Canadá para estudar e agora enfrenta o confinamento imposto pelo coronavírus.

A araucariense Monique Harger Vieira, 32 anos, também saiu do Brasil para estudar. Há 9 meses ela está em Montreal, no Canadá, onde a rotina diante da pandemia tem sido levada muito à sério. “Aqui está tudo fechado, somente os comércios de produtos essenciais estão abertos, como mercado, farmácias, postos de combustíveis e outros. O governo está dando um suporte financeiro de 500 dólares por semana até 16 semanas, para quem parou de trabalhar em razão do coronavírus. Aqui em Montreal parece uma cidade deserta, tudo está fechado, desde escolas, faculdades, indústrias e comércio que não seja essencial. Nos locais abertos, tem filas e só entra uma pessoa da família. Todos precisam lavar as mãos antes de entrar, e nos parques tem pessoas fazendo caminhadas, mas mantendo a distância mínima umas das outras. A previsão era voltar tudo ao normal no dia 13 de abril, mas o primeiro ministro do Québec alterou a data para dia 4 de maio, e os eventos e festivais somente estará liberado a partir do 2 de julho”, relatou Monique.

Ela conta que sua rotina tem se limitado a ficar em casa e só sair para ir ao mercado. “Faço dois cursos aqui e ambos estão fechados, mas estou tendo aulas on line todos os dias, meu marido está trabalhando em casa também”. A araucariense encerra o depoimento dizendo que no Canadá, até o dia 7 de abril, havia 17.840 casos, sendo 4.400 só em Montreal, com 399 mortes no total.

Texto: Maurenn Bernardo

Foto: divulgação

Publicado na edição 1207 – 09/04/2020

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