AVALIAR em tempos de pandemia

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Refletindo sobre a possibilidade próxima de um retorno híbrido às salas de aula, na Rede Municipal de Ensino, é importante considerar e entender que todos iremos passar por um período de adaptação, pois a escola terá um contexto novo e reformulado diante da pandemia e novas relações serão construídas.

Ao pensar no desenvolvimento psíquico infantil, sustentado pela teoria de Vygotsky, entende-se que o desenvolvimento da criança com a sociedade não é natural, inato, linear e ocorre por meio de mediações, de condições de vida e oportunidades, dessa forma sendo necessário analisar os critérios a serem utilizados para uma nova forma de avaliar.

No retorno às aulas, as crianças apresentarão inúmeras demandas, de ordem emocional, cognitiva, social e será na escola que estas questões irão aflorar. Porém, essa experiência de pandemia e distanciamento social possibilitará a reflexão sobre as questões envolvidas na avaliação. Deve-se ter cuidado para não focar na superficialidade, deixando de valorizar as potencialidades e levando a mais segregação. Não é o momento de desespero, de querer recuperar o tempo que passou, é preciso considerar tudo o que esse estudante viveu e como viveu neste período pandêmico.

O professor precisará de muita sensibilidade para compreender em que ambiente seu estudante esteve inserido durante o isolamento. Pois, muitos deles, por permanecerem muito tempo em casa, ficaram vulneráveis a diferentes tipos de violência e encontram-se cansados, estressados, ansiosos e desmotivados. Essas situações precisam ser consideradas, por isso é importante a percepção de todos os fatores envolvidos nesta experiência pandêmica, para entendermos como organizar uma avaliação fidedigna e com um olhar atento, não apenas para as questões acadêmicas, mas também sociais e emocionais. Sabe-se, também, que a forma de avaliar passou a ser em sua maioria qualitativa.

Por isso, a avaliação precisa ser repensada, tornando-se essencial instrumentalizar os profissionais da educação para que saibam acolher, pois tão importante quanto avaliar é como avaliar. É preciso cuidar para não se equivocar na produção de mais dificuldades e transtornos e será por meio de planejamento, organização, fortalecimento do vínculo, avaliação diagnóstica estruturada e oportunidades diferenciadas de aprendizado que os estudantes terão subsídios para se manterem motivados e engajados no processo de ensino e aprendizagem.

Texto: Adriana Nagal – Carla Saad – Lusiane Chaves – DEE- SMED

Publicado na edição 1268 – 01/07/2021

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