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Cães de rua esperam por cuidadora em loteamento no Costeira todos os dias

Cães de rua esperam por cuidadora em loteamento no Costeira todos os dias

Uma história tem chamado a atenção dos moradores do bairro Costeira, em Araucária. É a história da vendedora autônoma Kátia Souza, 57 anos, que tem um grande amor pelos cachorros de rua. Os cuidados e os carinhos dela atraíram os animas de tal forma que eles a esperam todos os dias em um loteamento próximo ao Supermercado Condor, no bairro Costeira. Movida pela vontade de oferecer uma vida melhor a esses animais que foram abandonados, faça chuva, sol, frio ou calor, ela se desdobra para levar água, comida e muito amor a todos eles. Sem qualquer ajuda financeira, ela conta apenas com a boa vontade de voluntários que doam comida e ração.

Muitas vezes foi taxada de louca por alimentar dezenas de cães todos os dias, porém isso não a desanima. “Faço esse trabalho há mais de 20 anos e sempre aparece quem me pergunta porque eu não cuido de crianças ao invés de cuidar de cães, e eu respondo que crianças já tem muitas pessoas pra ajudar, mas pra cuidar dos cães, são poucos. Também penso que através da minha atitude consigo fazer a diferença quando muitos nem sequer se importam e continuam abandonando seus animais”, argumenta.

Além de cuidar dos bichinhos nas ruas, Kátia ainda tem seus próprios animais de estimação. Atualmente são 27 cachorros, um gato e uma calopsita. “Eu cuido muito bem dos meus, mas amo cuidar dos animais de rua, eles precisam de mim. Meu trabalho se concentra mais no loteamento próximo ao Supermercado Condor, no bairro Costeira. Levo comida, água e medicamentos quando necessário. Quando vejo algum outro animal fora desse círculo, abandonado e doente, também me disponho a ajudar. Atualmente recebo ajuda de dois restaurantes, que doam baldes de comida e um amigo de uma academia que doa um saco de ração por mês. Todos os dias eu passo nos restaurantes pegar a comida e depois saio distribuindo para os cãezinhos”, conta Kátia.

Quando a situação do bichinho é mais complicada e existe a necessidade de cirurgia ou um tratamento mais específico, por exemplo, a protetora faz vaquinhas, rifas ou vai de porta em porta, na tentativa de arrecadar recursos. “Sempre recebo ajuda, tem pessoas que reconhecem meu trabalho, sabem que faço por amor, e isso é muito gratificante”, diz.

A protetora já perdeu a conta de quantos animais ajudou a salvar, alguns, segundo ela, tiveram histórias tão emocionantes que ficaram marcados nas suas lembranças. É o caso do cãozinho Fubá, que Kátia cuidou da sua mãezinha quando estava prenha, depois criou todos os filhotinhos, até ficarem aptos para a adoção.

“A mãezinha tirou todos eles (cãezinhos) do cercado que eu tinha arrumado, eles ficarem pela rua e um carro acabou atropelando o Fubá. Ele teve a bacia e a perninha quebradas, isso com apenas um mês de vida. As veterinárias queriam sacrificar, porque falaram que eu ia gastar demais com ele, que não ia compensar, que o cãozinho iria ficar aleijado, que iria se arrastar ao invés de andar. Minha filha entrou em desespero e só de falar desse caso me dá vontade de chorar. Eu não desisti do Fubá, cuidei dele com todo amor e carinho e hoje ele está recuperado”, festejou.

Edição n. 1360

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