Já ouviu falar na campanha “Setembro em Flor”? Criada em 2021, a iniciativa do grupo EVA, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), alerta sobre prevenção e diagnóstico precoce de tumores ginecológicos, entre eles, o câncer de endométrio. O foco da campanha é o mês de setembro, no entanto, este é um daqueles assuntos que devem ser discutidos o ano todo.
O câncer de endométrio é um câncer que se forma na camada interna do útero, que tem três camadas: uma capinha, que é a serosa; o músculo do útero propriamente dito, que chamamos de miométrio; e uma camada interna de células, que é onde se forma a menstruação, quando a mulher ainda menstrua, que se chama endométrio. “Este é um tipo mais comum de câncer uterino e que é geralmente diagnosticado em mulheres mais velhas e na pós-menopausa. Ele se desenvolve com o crescimento de uma forma descontrolada dessas células de dentro do útero, formando tumores que podem invadir o músculo do útero e se espalhar por outras partes do corpo também, quando tem metástases”, explica Dra Silvia Luanda Rezende, ginecologista e obstetra da Clínica São Vicente.
A médica afirma que o câncer de endométrio está bastante associado a mulheres que têm diabetes, pressão alta, são obesas e que têm a chamada síndrome metabólica – diabetes, pressão alta, obesidade, alteração dos colesteróis, porque isso tem uma alteração na produção de estrogênio da mulher e pode causar o desenvolvimento descontrolado dessas células. “Também acomete mulheres que nunca engravidaram, que menstruaram muito cedo e entram na menopausa muito tarde, estas apresentam um risco maior de ter esse câncer. As mulheres que têm ovário policístico também têm mais probabilidade porque elas têm mais tendência a ter a síndrome metabólica, que é essa pressão alta, diabetes e colesterol”, reforça Dra. Silvia.
Segundo a ginecologista, uma forma de prevenção desse tipo de câncer é levar uma vida saudável. A mulher deve manter um peso adequado, seguir uma dieta equilibrada, evitar bebidas alcoólicas em excesso, não fumar, e sempre que for tomar o hormônio, fazer isso com o conhecimento do médico, com o devido acompanhamento médico e de forma bem equilibrada.
Sintomas
Os sintomas mais típicos do câncer de endométrio é o sangramento vaginal anormal, principalmente em mulheres que já estão na menopausa. “Então, mulheres que há muito tempo não sangram e começam a ter ciclos menstruais de novo, por exemplo, se uma mulher de 60, 65 anos começa a ter sangramento vaginal, isso tem que ser investigado. Mulheres na pré-menopausa que têm hemorragias também devem ser investigadas. O principal sintoma é esse, o sangramento menstrual irregular anormal, tipo hemorragia, ou mulheres na menopausa que voltam a sangrar”, explica.
O diagnóstico é simples, geralmente começa com uma ultrassonografia transvaginal, que irá avaliar a espessura do endométrio. Se houver uma suspeita pelo ultrassom transvaginal e os sintomas que a mulher está apresentando, o médico indicará uma biópsia ou uma tomografia computadorizada, dependendo do caso, mas normalmente é feita a biópsia para tomar a devida conduta. “O tratamento geralmente é feito com uma cirurgia de retirada do útero, se for necessário também os ovários, porque às vezes precisa de uma cirurgia maior, que vai fazer um esvaziamento dos linfonodos da pelve. Geralmente a cirurgia é associada a quimioterapia e a radioterapia e às vezes também a terapia hormonal. Não é um tratamento tão complicado e existe grande possibilidade de cura”, orienta a médica.
Ela também lembra que o câncer de endométrio não é uma doença hereditária familiar. Ele está mais associado aos hábitos de vida da paciente, como tabagismo, obesidade, doenças não tratadas, terapia hormonal mal conduzida, entre outros fatores. “A mulher também deve procurar um ginecologista uma vez por ano e sempre que houver alguma alteração no seu ciclo menstrual ou que tiver alguma dúvida e perceber que houve uma mudança no padrão. Porém, o mais importante a ser dito é que normalmente o câncer só é muito grave quando a gente não investiga e não trata. Às vezes o medo de ter a doença é pior do que descobrir que ela existe e tratá-la logo no começo. Então não podemos ter medo, não podemos fugir do médico”.
Serviço
Consultas com a ginecologista e obstetra Dra. Silvia Luanda Rezende ou demais especialistas da Clínica São Vicente podem ser agendadas pelo telefone (41) 3552-4000 ou WhatsApp (41) 98780-1440.
Edição n.º 1437.