A constatação de que mais de 50 mil multas foram aplicadas em Araucária ao longo de 2024 é um dado que pode ser analisado de várias maneiras.
A maneira mais simples é a de que o motorista araucariense é imperito ao trafegar por nossas ruas. Outra é reconhecer que está existindo uma opção dos órgãos de trânsito que prioriza a punição ao invés da educação.
A segunda opção é corroborada quando nos colocamos a olhar os dados de outros anos acerca das multas aplicadas na cidade. Em 2023, por exemplo, foram 39.910 multas. Em 2022 elas somaram 37.828. Em 2021 o número foi de 33.474 autos. Em 2020 elas totalizaram 25.602.
Ou seja, num intervalo de quatro anos o número de multas aplicadas praticamente dobrou e isto comprova que os órgãos de trânsito, principalmente em âmbito municipal, não estão fazendo o seu papel corretamente.
Afinal, o discurso é sempre que o motorista só aprende quando “dói no bolso”. Mas se mesmo doendo no bolso a quantidade de multas aplicadas segue crescendo, isto significa que o remédio aplicado não está sendo eficiente. Logo, é preciso trocá-lo.
E é preciso trocá-lo porque a mera arrecadação com os autos de infração não irá compensar as vidas perdidas num trânsito violento. É necessário que o poder público troque as ferramentas punitivas por educativas. Ou que pelo menos busque um equilíbrio entre ambas.
Falta em Araucária, por exemplo, uma presença efetiva de agentes e de tecnologia de trânsito que eduque. Os radares chamados de móveis precisam ser substituídos por radares fixos e lombadas eletrônicas, de modo que o motorista passe a incorporar sua existência a sua rotina e não que simplesmente seja multado por um equipamento escondido que ele nunca viu onde estava.
Da mesma forma, os agentes precisam ser apresentados ao dia a dia da população. Precisam ser entendidos pelos motoristas e pedestres como alguém que está ali para auxiliá-los e educá-los e não somente puni-los! Pensemos todos nisso e boa leitura!
Edição n.º 1448.