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Carta do editor: Um dado a se comemorar!
Foto: Ari Dias/AEN

Matéria publicada esta semana em O Popular mostra que o número de gestações na adolescência em Araucária apresentou uma redução superior a 20% nos últimos anos! Eis aí um dado que merece ser comemorado!

E merece ser comemorado porque – sejamos sinceros – nenhuma adolescente está realmente preparada para ser mãe, seja psicologicamente ou fisiológicamente.

Além disso, a gestação na adolescência acaba criando uma outra dificuldade para a ascensão social dessa jovem mãe, já que não invariavelmente ela se obriga a interromper seus estudos ou não se dedicar corretamente a eles. E isso é – infelizmente – um dos fatores que acaba aumentando o abismo de oportunidades que existe entre homens e mulheres em nosso país, reforçando ainda mais essa sociedade estruturalmente machista em que vivemos.

A Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive, estabelece como um de seus objetivos para o desenvolvimento sustentável a redução da gravidez na adolescência, reforçando que estamos diante de um problema global.

E é um problema global porque estudos comprovam que entre os riscos da maternidade na adolescência está a ausência de amamentação por parte da jovem mãe, a omissão ou recusa do pai biológico em assumir a paternidade e, por consequência, as responsabilidades advindas dela, além – vejam só – da própria possibilidade de rejeição da família e até sua expulsão de casa.

E essas são apenas algumas das complicações oriundas de uma gestação nessa fase da vida. É por isso que essa redução considerável precisa ser comemorada e ao longo dos próximos anos mantida e aumentada, até que não tenhamos mais adolescentes sendo mães em razão da falta de educação sexual.

Então, celebremos os dados atuais. Mas sigamos vigilantes. Você pai, mãe ou responsável por uma adolescente, não fuja dessa conversa com ela. E você pai, mãe ou responsável por um adolescente, faça o mesmo! Afinal, o pai é tão responsável por uma concepção não planejada quanto a mãe!

Edição n.º 1451.

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