Os trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social – SUAS têm um papel essencial na inclusão e garantia de direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialmente quando essas pessoas vivem em contextos de vulnerabilidade social. Em Araucária, esses profissionais atuam em serviços especializados que atendem crianças, adolescentes e adultos com autismo, promovendo acolhimento, orientação e proteção social.

Dentro da Assistência Social, entre os principais espaços de atuação voltados para pessoas com TEA, estão o Centro de Atendimento Especializado em Educação e Mobilização (CAEM), que atende adultos com deficiência intelectual e múltiplas deficiências, e o Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Joelma do Rocio Tulio (Escola Joelma), voltado para jovens e adolescentes.

Nesses locais, os trabalhadores da SMAS colaboram com profissionais da Saúde e da Educação para criar ambientes seguros, acolhedores e inclusivos, fortalecendo os vínculos familiares e estimulando o desenvolvimento das habilidades dos atendidos.

Além disso, os profissionais do SUAS orientam as famílias sobre o acesso a direitos e benefícios, como isenções tarifárias em transportes públicos, isenção de IPVA e aquisição de veículos com benefícios fiscais.

Sua atuação vai além da orientação técnica: eles identificam situações de negligência, violência ou violações de direitos, acionando a rede de proteção quando necessário. Esses profissionais trabalham de forma preventiva, promovendo ações de conscientização na comunidade, abordando a questão do autismo de forma geral e ajudando a reduzir o estigma social relacionado ao TEA.

Nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), o atendimento às pessoas com TEA é tratado como prioridade. As famílias são acolhidas, informadas sobre os serviços disponíveis e encaminhadas a apoios especializados, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a Carteira de Identificação da Pessoa com Espectro Autista (CIPTE). Essas medidas são fundamentais para fortalecer o protagonismo das famílias e ampliar o acesso aos direitos.

No Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), também presente nos CRAS, os usuários com TEA são incentivados a participar de atividades em grupo. No entanto, é necessário considerar o grau de sensibilidade sensorial de cada indivíduo, respeitando suas limitações.

A atuação dos profissionais do SUAS é indispensável na construção de uma sociedade mais justa e acessível para as pessoas com autismo. No entanto, esse trabalho não acontece de forma isolada. A efetividade do atendimento depende da articulação multissetorial, com a participação de outros profissionais, como psicólogos, educadores, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e auxiliares administrativos. O apoio de áreas especializadas torna o serviço mais eficiente e integral, promovendo a inclusão e o respeito à diversidade em todos os seus aspectos.

Edição n.º 1460.