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Como ovelhas sem pastor

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Os discípulos voltaram da missão, cheios de alegria e com muito desejo de partilhar com Jesus todas as experiências vividas. Então ele os convida para ir a um lugar distante, a fim de descansar um pouco do cansaço provocado pelo trabalho missionário. No entanto, quando pensam estar sós, longe do povo, pelo contrário, as multidões, sabendo da presença do Mestre, acorrem de todos os lados para escutá-lo. No encontro com Jesus, elas se sentem plenamente amadas, acolhidas, escutadas e valorizadas. Aquela multidão ávida da sua pessoa, desperta nele uma profunda compaixão, porque vê nelas, ovelhas sem pastor. Estão abandonadas, desprezadas, descuidadas, profundamente carentes de um olhar, de uma palavra e de uma atenção.

O jeito de ser de Jesus é completamente diferente, porque cheio de paciência, de bondade e de ternura. Ele deixa tudo para escutar as pessoas, dar-lhes a devida atenção. Para ele, cada ser humano é importante, sobretudo, aquele mais carente e mais necessitado O seu olhar é carregado de muita compaixão e misericórdia. Ele sente a dor das pessoas como se fosse sua, e, lhes oferece tempo, carinho e compreensão. Do seu coração exala o perfume de um amor profundo, carregado de sentimentos de acolhida e de compreensão. Sente-se profundamente tocado pelo sofrimento das pessoas e, se coloca pronto para ajuda-las, através de uma escuta profunda e serena. Esse é o jeito de ser do Mestre, e, por isso, as ovelhas se sentem atraídas, diferentemente dos chefes religiosos da época. Jesus, com o seu jeito de ser, vai mudando a relação entre os seres humanos, colocando a dignidade acima de tudo. É maravilhoso entrar na escola de Jesus e aprender com ele tantas lições de amor.

No mundo em que vivemos, vemos ao nosso lado tantas pessoas carentes de um pouco de atenção, de serem valorizadas e tratadas com respeito. Como seguidores de Jesus, a nossa missão é exatamente essa: escutar, com compaixão e misericórdia. Tantas vezes fazemos bem o contrário, diante das dores do próximo. O tratamos com indiferença, como se fosse um atrapalho e como se estivesse perturbando o nosso sossego. Falta humanidade e tantas vezes tratamos o outro como se fosse uma coisa, um objeto que só serve quando traz algum retorno ou alguma satisfação. Nada destrói tanto uma pessoa que está passando por dificuldades, do que ser tratada de modo indiferente, como se a sua presença fosse inútil ou, pior, estivesse atrapalhando e incomodando.

Precisamos aprender na escola de Jesus o significado do verbo amar. É um comportamento e não apenas um sentimento passageiro. É um jeito de ser e de viver. Amar significa estar sempre pronto a ajudar e, se necessário for, se sacrificar em prol daquele que sofre. Isso significa colocar o outro em primeiro lugar, saindo do nosso comodismo, do egoísmo e indo ao encontro daquele que necessita da nossa presença. Precisamos aprender a sair de nós mesmos, dessa fixação em nossos problemas e estarmos pronto a servir e a fazer o bem. É uma atitude interior, de quem sente prazer em ajudar, em dispor do seu tempo para escutar, orientar, animar.

Vemos tantas pessoas como se estivessem sem pastor, carentes de tão pouco que, na verdade, é muito. Um pouco de atenção, de compaixão, para deixar falar e expressar a sua dor e, sentir-se compreendido no seu sofrimento. Jesus nos ensina a parar, olhar o outro com ternura, bondade e misericórdia. A sermos mais humanos, assim como ele foi.

Publicado na edição 1270 – 15/07/2021

Como ovelhas sem pastor
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