A preservação do patrimônio cultural é responsabilidade de todos. Conservar locais históricos é essencial para manter a identidade cultural da cidade. Esses locais são símbolos de memória coletiva e podem fomentar o turismo, a educação e o senso de pertencimento na comunidade.
Em Araucária, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural – COMPAC é responsável por proteger, preservar e valorizar o patrimônio cultural da cidade. Ele identifica, cataloga e propõe medidas para a preservação de bens culturais, tanto materiais, como edifícios históricos, quanto imateriais, como tradições e práticas culturais.
O COMPAC também delibera sobre intervenções em bens tombados, orienta a preservação de novos patrimônios e promove ações educativas para conscientizar a comunidade sobre a importância da preservação. Além disso, o Conselho fiscaliza e acompanha projetos que possam impactar o patrimônio, garantindo que as intervenções sigam as normas de preservação.
“Além das ações do COMPAC, é essencial que a população se conscientize sobre a importância de preservar sua herança cultural. Convidamos todos a conhecer as publicações sobre a história de Araucária, que já estão no 7º volume, abordando memórias do trabalho, lazer, ensino, industrialização, etnias, saberes e a história dos bairros do município”, afirma a presidente do Conselho e historiadora do Arquivo Histórico, Juliana Tais Ferreira.
Patrimônios locais
O COMPAC reconheceu a Casa do Cavalo Baio como patrimônio histórico, e está trabalhando no tombamento de outros imóveis públicos, como a Casa da Cultura. Também desenvolve atualmente a regulamentação das Unidades de Interesse de Preservação (UIPs), que incluem áreas com valor histórico, arquitetônico, arqueológico ou ambiental significativo.
Juliana reforça que Araucária possui patrimônios como as Pontes Metálicas sobre o rio Iguaçu, a Capelinha em São Miguel e a Casa da Cultura, todos tombados por decreto. No entanto, um decreto pode ser revogado, o que não acontece com um tombamento feito por lei. “Infelizmente, tivemos casos de bens tombados por decreto que não foram preservados, como o Carvalho e a fachada da antiga Usina. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo tem realizado inventários desde a década de 1980, e esses registros estão no Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres, sendo avaliados pelo COMPAC”, explica a historiadora.
Araucária ainda possui outros patrimônios, digamos assim, batizados dessa forma pela própria população. A Praça Dr. Vicente Machado, o Parque Cachoeira e o Teatro da Praça são exemplos de patrimônios valorizados pela população. Esses lugares são fundamentais para a identidade coletiva da cidade.
A caixa d’água da Sanepar, localizada no Centro, que foi demolida pela Companhia, também se tornou um local considerado histórico do Município, sendo por muitos anos citado como ponto de referência. Certas residências e espaços comerciais foram demolidos ou alterados devido à falta de conscientização sobre a importância da preservação.
“Mesmo com o reconhecimento de muitos patrimônios, a preservação envolve toda a comunidade. Preservar a memória é uma questão cultural, e por isso, a conscientização é tão importante. Qualquer cidadão pode iniciar um processo de tombamento ou registro junto à prefeitura, conforme a Lei n.º 2970/2016. Além das edificações, saberes imateriais como culinária, artesanatos e festas populares também são essenciais e podem ser registrados e preservados”, cita Juliana.
Edição n.º 1430.