Na tarde de quarta-feira, 3 de fevereiro, a Vara Criminal de Araucária realizou um júri popular e condenou o réu Jhonatan Alexandre Nunes Ribeiro, mais conhecido como Zóio, a 15 anos e dois meses de prisão em regime fechado. Ele foi condenado por homicídio qualificado contra a vítima Juliana da Silva. Segundo os advogados auxiliares da Promotoria, a sessão transcorreu dentro da normalidade, com debates honestos, e os jurados condenaram o réu por unanimidade, em todos os quesitos.
O crime pelo qual Zóio foi sentenciado ocorreu no dia 21 de março de 2014, por volta de 18h30, na avenida dos Pinheirais, no jardim Industrial, em frente à empresa Treesure. O réu, por motivos não devidamente esclarecidos, disparou contra o veículo Corsa Sedan, que era conduzido por Ananias Lopes de Almeida, marido de Juliana, acabando por atingi-la e matá-la.
Jhonatan teria parado o veículo que conduzia, uma Ecosport, ao lado do carro em que a vítima estava e, sem que estes pudessem esboçar qualquer gesto de defesa, sacou a arma de fogo e disparou, fugindo logo em seguida.
Segundo a Polícia Civil, Zóio foi preso em Curitiba, uma semana após acontecer o crime que envolveu outras duas vítimas (leia no box). Ele foi detido pelo 12º BPM e, após sair o laudo do confronto balístico feito entre o projétil retirado do corpo da moça e o projétil disparado pela pistola ponto 40 usada pelo suspeito, a polícia chegou a conclusão de Zóio era o autor dos disparos e que Juliana não era seu alvo.
UM CASO COMPLEXO
Juliana da Silva morreu inocentemente no mesmo dia em que um crime complexo teve outras duas mortes. A confusão, que culminou na quadra do Colégio Agalvira, começou na sexta-feira, 21 de março de 2014, e só foi acabar na manhã de sábado, dia 22. Por volta de 18h20 de sexta-feira, indivíduos chegaram na quadra do colégio em um veículo Gol branco e enquadraram os amigos Willian Araujo da Silva, na época com 19 anos, e Ivan Aires da Silva, 18 anos, vulgo ‘’Gordinho’’. Uma troca de tiros se iniciou e os dois jovens abordados foram alvejados com vários disparos.
Willian chegou a ser socorrido pela ambulância do SAMU, mas não resistiu e morreu antes de chegar ao hospital e Ivan, mesmo baleado, conseguiu escapar. Nesse momento, os autores, já em fuga, teriam disparado contra o veículo Corsa, no qual estava Juliana. Ela estava no carro com o marido e foi atingida.
Apesar das notícias preliminares terem feito ligação entre os dois crimes, a moça não foi morta na quadra do colégio e nem estava junto com os rapazes alvejados.
O corpo de Ivan, a terceira vítima, foi encontrado na manhã de sábado, dia 22, por populares, caído nos fundos do pátio do colégio, próximo ao local onde o parceiro Willian havia morrido na noite anterior. Segundo a polícia, a principal linha de investigação para o crime é uma briga de gangues por ponto de drogas, mas na época também foi levantada a suspeita de que as mortes poderiam estar relacionadas a uma vingança por outro crime, ocorrido no dia 19 de setembro de 2013, quando três jovens foram mortos a tiros, também na região do Jardim Industrial. Conforme a polícia, a principal linha de investigação para aquele triplo homicídio também era o tráfico de drogas.
A Delegacia de Polícia informou que não há fato novo sobre a autoria dos homicídios, mas as investigações continuam.
FOTOS: MARCO CHARNESKI / POLÍCIA MILITAR