Custo de cada vereador em Araucária pode ser de R$ 3 milhões em 2016

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Aprovado no final do ano passado, o orçamento da Câmara de Vereadores de Araucária para 2016 será de R$ 33.356.125,91. Na prática é como se cada um dos onze edis araucarienses custasse ao cidadão local incríveis R$ 3 mi­lhões anuais.

Obviamente, o rateio do orçamento do Poder Legislativo não é simples assim. Ou seja, a direção da Casa não repassa simplesmente R$ 3 milhões para cada um dos gabinetes e eles que se virem. No entanto, como no final das contas todas as despesas da Câmara são fei­tas unicamente para possibilitar que os parlamentares exe­cutem a contento seu trabalho, não é exagero dizer que o custo anual de cada uma de nossas excelências pode ser superior a mais de R$ 3 milhões por ano.

Dos R$ 33 milhões previstos pela Lei Orçamentária Anual (LOA) da cidade para sa­tisfazer as despesas da Câmara, incríveis R$ 25 milhões devem ser utilizados com a folha de pagamento dos servidores comissionados e efetivos da Casa. O restante é dinheiro destinado para a compra de equipamentos, pagamentos de viagens, aquisição de material de expediente e coisas do gênero. Só com a compra de passagens e despesas com locomoção, por exemplo, a direção da Casa estima gastar R$ 150 mil por ano em 2016. Com diárias pagas a vereadores e servidores que se ausentarem da cidade a serviço do Legislativo outros R$ 300 mil.

Estrutura

Conforme apurado por nossa reportagem, o custo do vereador em Araucária é tão alto porque cada um dos gabinetes tem uma estrutura invejável, seja de recursos humanos quando materiais. Tudo para executar um trabalho muito superior ao dos melhores parlamentos do mundo.

Pessoal

Em Araucária, por exemplo, cada edil tem direito a nomear seis assessores parlamentares, que recebem mensalmente R$ 8 mil mensais, e um chefe de gabinete, cujo salário é superior a R$ 9 mil. Além disso, os vereadores recebem subsídio de quase R$ 6 mil por mês. Alguns podem achar pouco, mas não é. Isso porque o exercício da vereança não impede que os parlamentares tenham outra atividade profissional. Foi pensando nisso, aliás, que a legislação municipal, previu que as sessões ordinárias sejam rea­lizadas num único dia da semana, sempre à noite. Ou seja, se eventualmente algum vereador considera seu salário baixo, ele pode complementar sua renda trabalhando em outro local. O parlamento araucariense, aliás, é composto pelos mais diversos tipos de profissionais liberais. Josué Kersten (PT) é médico, uma das profissões mais bem remuneradas do país. Clodoaldo Pinto Junior (PMB) é enge­nheiro e toca uma empresa neste ramo. O presidente da Câmara, Wilson Roberto David Mota (PSD) é engenheiro agrônomo concursado da Prefeitura e, inclusive, opta pelo salário pago pelo Município, que é de mais de R$ 12 mil mensais. Por sua vez, Alex Nogueira (PSDB), Pedrinho Nogueira (PTN), Adriana Cocci (PTN) e Francisco Cabrini (PP) também são empresários. Paulo Horácio (SD) e Vanderlei Cabeleireiro são profissionais liberais. O primeiro é advogado e o segundo tem um salão de cabeleireiros na região do jardim Industrial. Esmael Padilha (PSL), ao que se sabe, também teria enveredado pelo ramo da prestação de serviços e aberto, inclusive, uma pousada na cidade. O único que não tem outra atividade conhecida é Pedrinho da Gazeta (PMDB).

Material

Além dessa estrutura de pessoal, cada um dos edis arau­carienses tem outra série de benefícios pagos com recursos públicos para que possa exercer seu trabalho a contento, entre eles o direito a um celular, carro 24 horas por dia, internet banda larga e equipamentos de informática, materiais de expediente para o gabinete, despesas pos­tais, entre outros.

Devolução

Os recursos destinados à Câmara são tão gigantescos que, em alguns casos, a direção da Casa sequer consegue gastá-los ao longo do ano, muito embora houvesse essa previsão na lei orçamentária anual. Em razão disso, entra ano sai ano, ao final do exercício, parte dos valores tem que ser devolvido ao Poder Executivo. Em 2015, por exemplo, a devolução foi de R$ 7,5 milhões, reduzindo o custo da Câmara para R$ 24,4 milhões. O que fez com que cada vereador custasse ao Município no ano passado algo próximo a R$ 2,3 milhões.

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