Dia de Consciência Negra também é dia de consciência de classes!

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Novembro, mês da consciência negra, mês que marca a luta do povo negro pela liberdade, luta pelo reconhecimento e dignidade o qual nos foi retirada quando os colonizadores nos sequestraram e nos mantiveram em cativeiro nesse Brasil. Séculos se passaram, porém o negro ainda é explorado e tem sua liberdade retirada, isso fica explícito quando avaliamos a situação do negro hoje no país. 54% da população brasileira segundo o IBGE se auto declara negra, em contra partida apenas 8% estão presentes em universidades federais, já nas penitenciárias temos a população carcerária de 622.202 mil presos e entre esses 61% são negros (dados do INFOPEN).

A desigualdade não para por aí, segundo estudo do IPEA, entre 1993 e 2007 o percentual de residências que se encontravam em favelas era 3,2% para 3,6%, um percentual considerado baixo, mas que representa um universo de pelo menos 8 milhões de pessoas. Considerando a distribuição de acordo com o chefe da família, tem-se que 40,1% dessas casas são chefiadas por homens negros, 26% por mulheres negras, 21,3% por homens brancos e 11,7% por mu­lheres brancas. Isso sem contar o genocídio da população negra, que está explícito! Todo ano, aproxi­madamente 23 mil jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados, são 63 por dia, um a cada 23 minutos!

Todos esses dados só revelam o que nós negros já estamos falando há muito tempo: A sociedade é racista e isso vem de um processo histórico de exclusão e margi­nalização, o qual teve início na abolição da escravatura, já que os brancos poderosos da época apenas jogaram os negros que antes garantiam o aumento da riqueza dos senhores na sarjeta, para sobreviver a beira da marginalização.

A consciência negra é necessária para que possamos lembrar-nos dessas atrocidades e também levar a reflexão a toda população brasileira para que todos entendam que o racismo é latente na sociedade, porém também temos que desenvolver junto com essa consciência negra a consciência de classe, pois se antes era claro que nossa mão de obra era explorada, hoje quem mantém o poder faz de tudo para garantir seu lucro, retirando todos os nossos direitos conquistados. As empresas colocam nossos rostos em propagandas e dizem que se consumirmos está tudo ok, mesmo que cada vez mais nossos salários sejam reduzidos a nível de não conseguir comprar feijão em casa.

Não podemos cair nessa ladainha de que vamos superar o racismo consumindo ou que ter um ou dois representantes na mídia de massa é conquista, isso é o mínimo, eles nos devem muito mais. Devemos lutar e garantir nossos direitos, afinal não somos apenas negros, mas somos negros trabalhadores que estão a mercê de quem tem o poder econômico, os mesmos que querem tirar de você seu direito a uma aposentadoria, um tempo justo de refeição, um salário digno!

Não caiam nesse papo de representatividade da TV, lutem por vocês e por seus irmãos trabalhadores, porque só a luta vai nos livrar de vez dessas amarras, nos trazendo igualdade e liberdade!

Avante comunidade, pois somos os trabalhadores negros, aqueles que fazem o Brasil funcionar!

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