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Dia dos Professores: filhos contam como seguiram a mesma profissão dos pais

Dia dos Professores: filhos contam como seguiram a mesma profissão dos pais

Já presenciamos muitas histórias especiais, de filhos que, por admiração e inspiração, decidiram seguir a carreira dos pais. E uma das profissões nas quais os pais costumam influenciar positivamente a escolha dos filhos é a do professor.

Embora em muitos momentos a profissão seja considerada desgastante e até sacrificante, a missão de ensinar continua envolvendo pessoas que dedicam a vida à educação em Araucária. Para celebrar o Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro, o Jornal O Popular ouviu duas histórias de professoras, uma que se inspirou na mãe e outra que serviu de inspiração para os filhos, netos, sobrinhos e outros familiares. Acompanhe os depoimentos.

A professora araucariense Fernanda Kuroski Karpinski, 46 anos de idade e 25 de profissão (sempre em sala de aula), se apaixonou pela educação ainda na infância, influenciada pela mãe, a professora Maria Madalena Soares Kuroski, que hoje tem 80 anos e está aposentada desde 1990. “Minha mãe sempre trabalhou com turmas de alfabetização. Passou pela Escola Dias da Rocha (Centro) e Maria Luiza Alves Guimarães (Estação), também lecionou um tempo em uma escolinha de madeira que ficava perto da Fábrica Eventos e no Clube Pavuna, atrás da Igreja Nossa Senhora das Dores, na Vila Angélica, em um espaço cedido para a escola durante a semana e nos finais de semana recebia bailes. Ela também foi diretora por uma gestão na Escola Maria Luiza. Muitos anos de sua vida foram dedicados à educação. Eu decidi seguir os mesmos passos que ela porque desde pequena sempre quis ser professora, adorava ver minha mãe corrigir e passar atividades no caderno das crianças, naquela época era tudo manual, raramente tinha alguma atividade mimeografada, na sua maioria eram passadas nos cadernos dos alunos. Minha mãe foi minha inspiração”, se orgulha a filha.

Ela conta que a história da família com a educação começou com sua bisavó, que era professora em Balsa Nova, depois veio o avô (inclusive tem uma escola com o nome dele em Balsa Nova), a mãe, todas as tias, ela e as primas, ou seja, uma família inteira dedicada 100% à educação. “Como professora já passei pelo Cmei Plínio, Escola Marcelino, Cmei Célia Bonfim Bialeski, Escola Marcos Freire, Escola Papa Paulo VI, Escola Balbina, Escola Maria Aparecida e atualmente estou no TGD, com as crianças autistas”.

Fernanda só lamenta que a profissão ainda não receba o reconhecimento merecido por parte de algumas pessoas da sociedade, embora isso nunca a tenha feito desistir de seguir carreira no Magistério.

Dia dos Professores: filhos contam como seguiram a mesma profissão dos pais
A admiração de Fernanda pela mãe Maria da Madalena a levou a escolher a mesma profissão

Uma grande família de educadores

Quando se fala em paixão por uma profissão que atravessa muitas gerações, a professora Noemi Gotfrid é o exemplo perfeito. São tantos professores na família, que às vezes ela até se perde na contagem. A começar pelos filhos Luciana, Lucivana e Luciano, ela tem os sobrinhos Alexandre, André, Alisson, Adriana, Agda e Juliana, que são professores no município, os netos Larissa e Victor Hugo, as sobrinhas Marcia, Ellen, Andréia e Janeide, que são professores também do lado da sua família, os Magalhães, a nora Daniele que trabalha na SMED, e o primo Rafael Almeida, professor do município. Ufa! Noemi até se cansa na hora de enumerá-los. “Nós formamos realmente uma grande família trabalhando em prol da educação. E eu agradeço por poder contar um pouquinho dessa história”, diz a professora.

Noemi tem 73 anos, se aposentou em dezembro de 2020, após atuar por 51 anos na área da educação. Começou suas atividades como professora no Sanatório São Sebastião da Lapa, trabalhando com adultos e crianças com tuberculose, onde ficou por um ano e meio e depois veio para Araucária. Ingressou na Prefeitura Municipal e trabalhou como professora na Vila Angélica, no Jardim Alvorada, Campina das Pedras, na Escola Archelau, na Escola Elisabeth Werka, depois entrou para o quadro de professores do Estado, trabalhou no Maria Luiza e no Dias da Rocha. Em seguida, foi trabalhar na Secretaria da Educação, para atender o projeto Hapront, que seria a formação para o magistério das professoras leigas, que não tinham acesso ao curso pessoalmente. Noemi atendia quatro turmas.

“Após o projeto encerrar, busquei uma outra alternativa para atender jovens e adultos que não tinham escolarização. Pesquisei sobre o NAES e trouxe a ideia para o município, que prontamente aderiu. O NAES foi implantado em Araucária e conseguimos resgatar pessoas que não tinham escolaridade, entre eles muitos funcionários da prefeitura e pessoas do interior. Foi um trabalho maravilhoso. Depois o NAIS virou CES e foi aumentando, até virar CEEBJA. Conseguimos levar o CEEBJA para dentro de algumas empresas, nas quais os funcionários não tinham como vir até a escola. Também descentralizamos e levamos o Centro para muitos bairros do município, através dos PAC’s, permitindo que os alunos que não tinham como ir à escola, pudessem continuar estudando”, recorda a professora.

Depois de sair do CEEBJA Noemi foi trabalhar no Colégio Szymanski, ficou um ano em sala de aula até assumir a coordenação do curso de formação de docentes. “Trabalhei incansavelmente buscando meninas e meninos para ingressar no curso. Quando entrei eram quatro turmas e quando me aposentei em 2020 já eram 11 turmas. Por toda essa minha trajetória na área da educação, acho que servi de inspiração para meus três filhos”, diz emocionada.

Foto: Carlos Poly

Edição n.º 1385

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