Dono de rede de auto peças é morto

Stigler foi morto em Campo Largo, na loja do filho
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Stigler foi morto em Campo Largo, na loja do filho
Stigler foi morto em Campo Largo, na loja do filho

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O comerciante Milton Stigler, conhecido por ter denunciado policiais civis ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em 2013, por tentativas de extorsão, foi assassinado no final da manhã de ontem, 25 de fevereiro, às margens da avenida dos Expedicionários, no bairro Bom Jesus, em Campo Largo. Segundo a Delegacia daquela cidade, Stigler foi morto por dois homens encapuzados que chegaram na loja de auto peças pertencente ao seu filho em um Fusion preto, encostaram do seu lado e dispararam cerca de 15 tiros contra ele.

Ainda de acordo com a polícia, testemunhas relataram que Stigler tinha ido visitar o filho, mas ninguém sabe precisar onde ele estava residindo atualmente. Imagens das câmeras de segurança existentes nas proximidades do ferro velho poderão ajudar a Delegacia de Campo Largo a elucidar o crime. Stigler era proprietário de uma rede de lojas de auto peças e suspeito de ser um dos principais receptadores de veículos furtados e roubados em Curitiba e região metropolitana.

O comerciante já tinha passagem pela polícia e o crime de execução pode ser a principal linha de investigação. A possibilidade de latrocínio foi descartada.

Preso aqui

Em 2005 Stigler foi preso em Araucária após a polícia estourar um desmanche de carros na Estrada do Tietê, bairro Palmital, a aproximadamente 800 metros da Rodovia do Xisto. As peças, produtos de roubo, segundo a polícia, eram comercializadas na própria loja de Milton, a Rota 66, que ficava na BR-476, número 6.629, também em Araucária.

Em 2012 Milton Stigler foi alvo de nova investigação na cidade. Investigadores da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), localizaram uma chácara que escondia carcaças e peças de quase 50 veículos, no bairro Palmital. Stigler era o proprietário do local e foi intimado a depor. Ele garantiu que todos os carros foram comprados em leilões de sinistrados, e alguns ainda teriam os sinais identificadores e até documentos de aquisição. Novamente ele revendia as peças em uma loja de sua propriedade.

Operação Vortex

Em 2013, época em que foi desencadeada a Operação Vortex, Stigler denunciou uma rede de extorsão que teria sido institucionalizada por meio da Divisão de Crimes Contra o Pa­trimônio. A corrupção, segundo os promotores do Gaeco, ocorria a partir de falsas fiscalizações em lojas de autopeças e ferros-velhos. A investigação começou após Stigler procurar o Ministério Público para dizer que era vítima de extorsão policial. Os agentes, segundo o Gaeco, forjavam fiscalizações semanais em vários estabelecimentos e pediam dinheiro para fazer “vistas grossas” em irregularidades.

Eles cobrariam um “pedágio” periódico. O dinheiro reco­lhido chegava até R$ 50 mil quando os empresários atrasavam o pagamento ou tentavam escapar da extorsão.

FOTO: Aliocha Maurício/COLABORAÇÃO

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