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‘E vós, quem dizeis que eu sou?’

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Depois de ter convivido por algum tempo junto aos apóstolos, pregando a boa nova do Reino, Jesus quis se certificar se eles realmente tinham compreendido a sua mensagem. Antes, pergunta a respeito daquilo que as pessoas pensam dele e, depois, se dirige aos discípulos. Pedro, então, responde com modo convicto e certeiro: tu és o Messias, o Filho de Deus. Jesus pede que não falem a ninguém que ele é o Messias, até que o filho ressuscite dos mortos, depois de muita dor e sofrimento. Pedro tenta afastar de Jesus esta realidade, e ouve uma resposta dura, mas verdadeira, chamando-o de Satanás, porque não pensa como Deus, mas, como os homens.

O Messianismo de Jesus não será triunfalista, mas, passará pela cruz, como gesto máximo do amor pela humanidade. No entanto, a morte não será o fim de tudo, pois ele ressuscitará glorioso e vencedor. Diversas vezes Jesus vai afirmar: o meu Reino não é deste mundo. Ele não usa o poder para mandar, dominar, massacrar. O seu apelo é pela paz, sem armas e sem guerra. Tudo, em Jesus, exala o perfume do amor, que se traduz em palavras e gestos concretos de serviço. O Messias nos dá o exemplo, indo ao encontro dos pequenos, dos pobres, dos marginalizados, dos sofredores, dos pecadores, como servidor do Reino. Sua vida toda foi de serviço, de entrega, de doação, longe dos tronos, das potestades e dos poderosos deste mundo.

‘Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’. Esta é a proposta do Reino, anunciada pelo Mestre. Renunciar quer dizer, deixar de lado os interesses apenas pessoais, subjetivistas, e, colocar a sua vida a serviço dos irmãos. A vida só tem sentido e razão de ser, quando partilhada, quando doada, quando entregue pela causa dos irmãos. Quem só pensa em si mesmo, nas vantagens exclusivamente individualistas, não compreendeu quem é Jesus. Cria um Jesus das suas fantasias, das suas vontades, deturpando o Jesus que se manifesta nos evangelhos. Ele, claramente, veio para servir e não para ser servido. Ele mesmo afirma, que se alguém quer ganhar a sua vida sem ele, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa dele, vai ganhá-la.

Seguir Jesus significa aprender na sua escola, as lições do amor que se doa e que se entrega e que se sacrifica pelo outro. De um amor capaz de deixar de lado seus interesses pessoais, e, colocar as necessidades do outro acima de tudo. Significa dar tempo a quem está precisando de um ouvido, de uma palavra de conforto, de uma partilha do pão, enfim, estar livremente, de modo gratuito e desinteressado, pronto para colocar suas melhores energias a serviço do outro. É um amor exigente, concreto, e, não apenas palavras vazias, até emocionantes, mas, que não se traduzem em gestos concretos de doação e entrega.

A pergunta que Jesus fez aos apóstolos outrora aos apóstolos, dirige hoje a cada um de nós: depois de tantos anos na igreja, quem é Jesus para você? O que ele significa na sua vida? Desde quando você o segue, o que mudou concretamente na sua vida, ou, continua tudo igual? O encontro íntimo e verdadeiro com ele muda o nosso comportamento, o nosso jeito de ser e de viver. E, naturalmente, nos coloca em movimento, na dinâmica do amor, que se traduz em gestos concretos de solidariedade, perdão, escuta e acolhida, doação e entrega. Em outras palavras, é um amor que serve e se sacrifica, colocando em primeiro lugar em sua vida, as necessidades do outro. É um amor exigente, mas, que nos faz felizes plenamente.

Publicado na edição 1278 – 09/09/2021

'E vós, quem dizeis que eu sou?'
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