É fato que as demandas na área da Saúde são problemas em todo o país. É fato também que estamos diante de um problema que não será resolvido plenamente por nenhuma gestão, seja ela municipal, estadual ou federal.
No entanto, não é porque estamos diante de um problema irresolvível plenamente que devemos nos contentar com um sistema de saúde que não nos oferece condições adequadas de atendimento em equipamentos públicos corretamente abastecidos pelo dinheiro do contribuinte.
E este é o principal problema de Araucária: o completo colapso de equipamentos de saúde que recebem milhões de reais em recursos públicos mensalmente. É o caso, por exemplo, do Hospital Municipal de Araucária (HMA), que quase, que diariamente é fruto de reclamações de seus usuários.
É inadmissível que uma unidade de saúde que custa aos cofres municipais praticamente R$ 6 milhões mensalmente seja incapaz de sequer proporcionar uma sensação de tranquilidade para a comunidade araucariense que eventualmente vá precisar dele.
Afinal, é isso que – infelizmente – temos presenciado ao longo dos últimos anos na cobertura jornalística desse equipamento público. Nesta semana, novamente, tivemos alguns relatos de má gestão do local. Profissionais de enfermagem que atuam no HMA denunciaram a falta de condições mínimas de socorro a pacientes que eventualmente precisem de suporte de emergência enquanto estiverem internados no local. Num relato mais grave, um vereador da cidade relatou durante uma sessão plenária que quase perdeu sua filha em razão do que pode ser classificado como violência obstétrica.
São situações complicadas, mas que constantemente se repetem com pacientes diferentes. Ou seja, o que deveria ser exceção está ganhando ares de normalidade. E nesse período que antecede a assunção de um novo governo, é essencial que elejamos a solução dos problemas do HMA como a prioridade das prioridades da cidade. Do contrário, seguiremos vendo denúncias de funcionários acerca da precariedade das condições de trabalho, seguiremos noticiando denúncias de falha no atendimento a pacientes que resultam até em situações de morte e tudo isso com o Hospital custando mais de R$ 70 milhões por ano. Uma conta que não fecha!
Edição n.º 1438.