Avançaram nos últimos dias as conversas para que – finalmente – Araucária possa receber algum tipo de compensação por ter sido a cidade que mais sofreu com o desastre ambiental que derramou milhões de litros de óleo no Rio Iguaçu, isso em julho de 2000.
A compensação é fruto dos valores pagos pela Petrobras a título de indenização. A multa é bilionária, mas a Araucária caberá míseros 5%. É pouco? Sim, muito pouco! Mas é o que temos pra hoje.
O grosso da grana, embora tecnicamente tenha que ser investido em projetos ambientais, poderá ser aplicado em qualquer município paranaense, mesmo que não sejam cortados pelo Rio Iguaçu e/ou prejudicados pelo derramamento de óleo.
O acordo celebrado esta semana para que a cidade receba recursos da indenização paga pela Petrobras abarca projetos desenvolvidos e apresentados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
São nove projetos, que somados perfazem mais de R$ 20 milhões. Pouco menos da metade dos 5% que a cidade deve ter direito. De uma maneira geral essas ações não contemplam diretamente o Rio Iguaçu e nem poderiam.
Afinal, convenhamos, se o objetivo dos órgãos estaduais e federais fosse privilegiar a principal vítima do derramamento de óleo, todo o montante da indenização deveria ser aplicado no Rio Iguaçu, recuperando seus leitos e conscientizando a população sobre a necessidade de sua constante preservação.
Infelizmente, a escolha não foi essa. Torçamos agora para que – mesmo em áreas diversas – os valores da indenização sejam efetivamente investidos em projetos ambientais e torçamos para que nunca mais vejamos rios como o Iguaçu “sangrarem”, como os araucarienses viram em julho de 2.000.
Boa leitura!
Edição n.º 1423