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Editorial: Ser político e também tomar decisões difíceis

Para o cidadão comum ainda falta mais de um ano para as eleições municipais em que serão escolhidos o novo prefeito, vice e treze vereadores. Para esse cidadão, que diariamente precisa acordar cedo para trabalhar e ganhar o seu pão do dia a dia, o que ele menos deseja – aliás – é que se inicie o processo eleitoral de 2024.

E ele não quer porque, infelizmente, boa parte dos políticos conseguiu transformar a política em algo que remete ao toma-lá-dá-cá, ao revanchismo, à agressividade, a troca de acusações e por aí vai. E, em sua gênese, o exercício do politicar, não é assim. As pessoas de um modo geral deveriam adorar falar sobre política. Deveriam adorar defender suas ideias e, sobretudo, a democracia.

Defender a democracia, no entanto, não é sobre falar o que bem entender a todo momento. Defender a democracia é respeitar o estado democrático. É aceitar o resultado das urnas e, concluído o escrutínio dos votos, torcer pelo vencedor do processo eleitoral. Mas torcer verdadeiramente. E o fazê-lo pelos quatro anos que perdurar o mandato daquele que obteve mais adesões ao seu projeto político.

No Brasil, porém, isso não acontece. Temos a chata mania de tentarmos impor nossa vontade, de mostrarmos que estávamos certos, mesmo que o certo seja relativo. E nessa toada – talvez meio que inconscientemente – praguejamos o nosso país, nosso estado e nosso município, só para podermos dizer que se o vencedor fosse o nosso predileto as coisas seriam diferentes. E dizemos isso sem mesmo saber se seria mesmo, já que quem queríamos não ganhou.

Dito isto, é importante refletirmos sobre as eleições recentes e não reproduzirmos os erros de discurso e a falta de empatia com o eleitor alheio no processo eleitoral do ano que se avizinha. O desafio dos políticos locais é conseguir levar a sua mensagem sem que para isso tenha que desmerecer o adversário e nem negar o óbvio. O cidadão é esperto e sabe quando estão tentando enganá-lo. E obterá melhor êxito na campanha vindoura aquele que não subestimá-lo. Pense nisso e boa leitura!

Edição n. 1369

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