Concluído o processo eleitoral de 2024, que elegeu Gustavo Botogoski (PL) prefeito de Araucária, a pergunta que mais tem sido feita no meio político é: “como Hissam Hussein Dehaini (União) não conseguiu fazer o seu sucessor?”
A dúvida se dá porque estamos falando de um prefeito que tem uma gestão aprovada por cerca de 90% da população araucariense. Dado trazido por pesquisas feitas pelo O Popular ao longo dos últimos anos. E como todos sabem, as pesquisas feitas pelo O Popular sempre acertam. E acertam porque são feitas de maneira séria.
A resposta para o fracasso de Hissam nas urnas, ao contrário do que alguns possam imaginar, não está na pessoa de Ben Hur Custódio de Oliveira (União), dono de uma rejeição sabidamente gigante. O culpado, se que essa é a palavra a ser usada, é o próprio Hissam Hussein Dehaini.
Hissam ao longo dos últimos anos não se mostrou um líder para seu grupo político. Narcisista, foi apenas um chefe. E talvez quem tenha primeiro enxergado isso foi o próprio Ben Hur, que sempre se dirigiu ao prefeito como “chefe”. A relação de ambos era próxima ao vassalismo. É por isso que é injusto culpar Ben Hur. O atual presidente da Câmara nunca teve estatura política para comandar algo. Era e é apenas um sobrevivente da velha política que tentava a todo custo se mostrar relevante, muito embora a relevância passasse longe dali.
A derrota de Hissam nas urnas é acachapante. Não conseguir fazer o sucessor num cenário com dez candidatos é vergonhoso para um prefeito com gestão altamente aprovada e novamente evidencia aquilo que o gestor do momento sempre foi: só um chefe. E quando se é só um chefe, você afasta as boas cabeças. Porque quem gosta de pensar não se estimula com um “mandão”.
Hissam não inspirou seu time. E sem inspiração não se ganha nada. Seu time foi as ruas não porque acreditava no projeto político improvisado e sim porque queria manter o seu emprego. E em política não pode ser assim. Você precisa acreditar! Você precisa crer que aquilo que está pedindo é o melhor para a cidade. E não foi isso o que vimos.
Infelizmente, Hissam deixará a Prefeitura em 31 de dezembro como um simples chefe. É triste, porque ele poderia deixar o comando da cidade como um líder! Mas escolheu a si mesmo ao invés daqueles que um dia acreditaram nele!
Edição n.º 1436.