A necessidade de se fechar os comércios e serviços tidos não essenciais foi mais um duro golpe naqueles que tentam empreender neste país.
Embora seja preciso entender que o Governo do Estado tomou tal decisão com o objetivo de frear o avanço da Covid-19, é preciso também analisar o impacto de tal decisão para estabelecimentos comerciais, principalmente aqueles micros, pequenos e médios.
Isto porque, ao contrário do que alguns possam achar, quase a totalidade de comerciantes e prestadores de serviços não é alguém que resolveu abrir sua própria empresa como forma de investimento. A grande maioria desses empresários é empregado de si mesmo. Ou seja, tira seu sustento do giro diário de seu negócio. Logo, quem considera que é sim possível resistir a “apenas” oito ou dez dias de portas fechadas não tem a mínima noção do que é empreender no Brasil.
Obviamente, não estamos aqui negando a gravidade do novo coronavírus. Não estamos aqui pregando a abertura sem as precauções necessárias dos estabelecimentos comerciais. Estamos apenas rogando que o trabalho do comerciante, do prestador de serviço, seja respeitado, seja compreendido.
Quem briga para abrir suas portas não merece ser multado, fechado ou boicotado pelos clientes. Merece sim ser ajudado, incentivado, por meio de políticas públicas que garantam a sobrevivência de seu negócio e o sustento de sua família e daqueles que ele emprega.
E esta ajuda precisa ser rápida e clara, pois esses empreendedores estão sufocados financeiramente, seja pela redução da circulação de pessoas, pela alta taxa de impostos, pela falta de recursos para pagamento das despesas fixas (que seguem ocorrendo com a porta aberta ou fechada) e, mais essa agora: pelo julgamento dessa ou daquela pessoa que segue recebendo seu salário em dia, mas que quer a empresa dos outros fechada.
Boa leitura!
Publicado na edição 1251 – 04/03/2021