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Alunos criaram dois robôs autônomos e se classificaram para etapa estadual. Foto: divulgação
Equipe de garagem se classifica na Olimpíada Brasileira de Robótica
Alunos criaram dois robôs autônomos e se classificaram para etapa estadual. Foto: divulgação

Mesmo após ter saído do colégio onde atuava como professora técnica dos projetos de robótica, Ana Caroline Pscheidt, decidiu montar uma equipe de garagem com alguns adolescentes, para participar da OBR – Olimpíada Brasileira de Robótica. A equipe Sketch montou um robô autônomo, que foi apresentado na fase regional da competição, realizada na sexta-feira, 9 de agosto, e se classificou para a fase estadual, que acontece na próxima sexta-feira, 16.

“Os alunos criaram um robô capaz de descobrir sozinho o caminho correto que deve seguir, para chegar a uma área de salvamento, onde é feita a simulação do resgate de vítimas. Eles construíram e programaram o robô”, explicou Ana.

No Paraná foram aproximadamente 150 equipes inscritas e em cinco regionais foram selecionadas as 45 melhores. “Estou orientando uma equipe de três alunos, de forma voluntária, pois a competição aceita equipes de garagem, que são alunos que não tem acesso a projetos de robótica no colégio ou já concluíram o ensino médio. Não tinha como montar mais equipes, porque não tenho recursos. Estou emocionada com o desempenho deles”, comentou.

Para produzir um dos robôs, os jovens utilizaram um kit de robótica chamado lego EV3, e para o outro, usaram uma placa de desenvolvimento chamada arduíno. “O kit Lego é mais simples de usar e programar, pois tem as peças prontas só para encaixar. Usar o arduíno foi uma evolução, aprendendo a usar essa placa, eles tiveram uma experiência real de engenharia e prototipagem. O trabalho foi árduo, eles tiveram que desenvolver todas as peças, planejar, desenhar, cortar, furar, até chegar a um carrinho perfeito para a missão. Depois tiveram que planejar a parte elétrica, lugar dos motores, sensores, luzes. E por fim, tiveram que programar o robô, usando uma linguagem de programação muito próxima a usada por grandes empresas como Google, YouTube, Facebook”, explicou a professora.

Agregando conhecimentos

Os alunos estão empolgados com o projeto e a classificação para a fase estadual da OBR. Matheus Camargo, 19 anos, que concluiu o ensino médio no ano passado, disse que a atividades que eles estão desenvolvendo é muito interessante, pois exige um raciocínio lógico para responder aos desafios da competição e ainda desenvolver a programação, entender o que está acontecendo e a linguagem dela. “Esse projeto também nos ensina a trabalhar em equipe, a sermos dedicados e a ter foco”, comentou.

Silvia Gonçalves Silva, 17 anos, ainda está cursando o segundo ano do ensino médio, e diz já ser possível perceber as diferenças entre uma equipe de colégio e uma equipe de garagem, a começar pelos materiais de trabalho, que não estão à disposição. “Temos que comprar o que precisamos, é tudo mais difícil de conseguir, é preciso se empenhar mais e se dedicar bastante para fazer acontecer. Cada um leva o material que tem em casa e assim vamos dando continuidade aos objetivos. A busca atrás de patrocinadores para ajudar nos custos com as viagens para poder participar das competições também é grande. Nossos encontros são superdivertidos, e com certeza, esta é a melhor parte. Além de trabalharmos, nós brincamos, dividimos experiências e um sempre ajuda o outro, tanto na questão do projeto, quanto na questão da vida”, relata.

O jovem Ygor de Paula Chagas, 18 anos, que também já concluiu o ensino médio, falou que está sendo incrível participar de mais uma competição de robótica, e agora ainda mais, por ser uma equipe de garagem, competindo com outros colégios e equipes. “O melhor de tudo é fazer parte de uma equipe comprometida e divertida. Estamos aprendendo dois tipos de programações, a lego e o arduíno, essa última a mais difícil. Agradeço muito a oportunidade que a professora Ana Pscheidt nos deu, ela é uma orientadora e amiga incrível, sempre nos apoiando em tudo”, elogiou.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1176 – 15/08/2019

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