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Evandro Leão: Namore com você

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Foto: Divulgação

Rosas vermelhas, perfumes afrodisíacos, joias e alianças… o marketing nunca esteve tão casamenteiro como nesta semana. Isso porque no dia 12 de junho, aqui no Brasil, celebra-se o “Dia dos Namorados”. Para os solteiros de plantão ou os frustrados nos relacionamentos, o pensamento sobre essa data pode ser: “grande coisa”. E realmente não é uma grande coisa a data em si, é um dia comercial convencionado aqui, diferente do “Valentine’s Day” (Dia de São Valentim), comemorado nos Estados Unidos e em algumas regiões da Europa, que acontece no dia 14 de fevereiro e tem uma validade dentro do catolicismo. Independente de ser 14 ou 12, a questão a se pensar é: você se namoraria?

Lembro que, aos 24 anos de idade, eu estava ansioso para namorar. Idealizava um cobertor de orelha, principalmente numa friaca semelhante à que estamos passando agora no inverno. Queria tanto receber amor que eu estava quase colocando um anúncio no jornal O Popular: “À espera de um milagre, contate-me rápido”. E aí vieram muitas decepções acumuladas nessa procura maluca.

Isso porque eu não entendia uma questão básica: eu não me admirava nem gostava da minha própria companhia. – Que absurdo, Evandro, você pensava isso de si mesmo? De forma consciente, não. Eu me sentia um “tchutchuco”, mas com o passar dos anos (envelheci bem) eu fui entendendo por que meus encontros (dates) não tinham uma sequência depois de alguns beijos.

Ninguém quer outra metade da laranja, apesar de soar poético. As pessoas estão em busca de laranjas inteiras. E ser uma laranja inteira implica em gostar da sua própria companhia, conhecer seus próprios hobbies, capacitar-se em algum ofício, desenvolver sua independência e não ficar à espera de alguém para cozinhar para você ou lavar sua roupa suja!

Não tem jeito, a química de verdade se constrói entre almas, não apenas entre corpos. O corpo é só o veículo que te leva de um lugar para o outro, mas se você não é um bom motorista e não tem um trajeto pré-definido que te proporcione contemplar belas paisagens (experiências boas), mesmo que alguém embarque na sua carona (paquera), depois do drive-thru romântico, a pessoa logo desce do carro e prefere seguir a pé ou de bicicleta. Depois de entender essa lição, até casar, casei.

Valentim, o santo do amor, tornou-se santificado por casar soldados num período em que um certo Papa proibiu o enlace dos combatentes. Quando descoberto, ele foi preso. E o mais surpreendente é que o cupido flechou o padre dentro do cárcere. Ele se apaixonou pela filha cega do carcereiro, e a história narra que o amor dos dois restaurou a visão dela, fato reconhecido como milagre pela Igreja.

É isso que o namoro consigo mesmo pode te proporcionar, milagres! A brincadeira de pôr a manchete no O Popular “À espera de um milagre” não foi tão desajustada assim para o Dia dos Namorados. Quando aprendemos a nos apaixonar por quem somos de verdade, a nos dar flores e viajar ainda que seja só, para nos presentear por quem somos! De um jeito ou de outro, você acaba tropeçando em outra laranja inteira que decide permanecer na sua fruteira. Para esta semana, te desejo um romance de você com quem você é! Sigam-me no @tarodafortuna.

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