Fim do “dia sem vínculo” vale já a partir de 2ª

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Como diria aquele velho ditado popular: antes tarde do que nunca. É que finalmente a Secretaria Municipal de Educação (SMED) decidiu por fim a uma das maiores anomalias existentes na rede municipal de educação, o chamado “dia sem vínculo”.
O “dia sem vínculo” sempre foi praticado no Município por professores do 6º ao 9º ano, que ganham para trabalhar 20 horas semanais, mas que efetivamente só trabalham 16 horas. Ou seja, recebiam para trabalhar cinco dias na semana, mas só trabalhavam quatro dias. Esse descalabro, no entanto, muda a partir da próxima segunda-feira, 18 de abril, quando todos os profissionais das chamadas séries finais terão que traba­lhar vinte horas.
Para justificar essa jabuticaba araucariense, há quem diga que os professores seguem a chamada hora-aula, que nada mais é do que o tempo de duração de cada aula nas escolas municipais, ou seja, cinquenta minutos, e não a hora-relógio, que tem sessenta minutos e é a seguida pelos professores do 1º ao 5º ano e também por todos os outros milhões de traba­lhadores do mundo todo, desde o médico até o pedreiro.

Embora benéfica para os cofres públicos, a decisão de por fim ao dia sem vínculo não foi uma iniciativa própria da Secretaria de Educação. O órgão só agiu após ser provocado pelo Ministério Público local, que enxergou na prática aquilo que qualquer pessoa alfabetizada já sabia: pagar para um profissional trabalhar vinte horas, ele só trabalhar dezesseis e dar no pé é lesivo aos cofres públicos.
Segundo a Secretaria Municipal de Comunicação Social (SMCS), nesta sexta-feira (15) haverá uma reunião entre a SMED e todos os diretores das quinze escolas municipais onde há professores do 6º ao 9º ano para informar sobre a necessidade de que esses profissionais trabalhem efetivamente vinte horas semanais.
Segundo dados da Secretaria de Educação, atualmente há 420 professores se beneficiando do chamado “dia sem vínculo”. Com o fim da prática, haverá a reorganização de turmas e horários em todas as quinze escolas de sexta a nona série. A mudança, no entanto, não afeta os alunos, que continuarão a ter cinco aulas diárias.
A mudança, porém, será sentida positivamente nos cofres públicos da Prefeitura. Isto porque, o fim do “dia sem vínculo” permitirá, na prática, um aumento imediato de 20% na quantidade de mão de obra educacional nas escolas do sexto ao nono ano. Com mais professores disponíveis, o Município vai economizar com o pagamento de substituições, que são aqueles profissionais que têm sua carga horária e salários dobrados para cobrir a falta de professores que existe na rede municipal de ensino.
Texto: Waldiclei Barboza

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