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Grandes mulheres que ocupam espaço em profissões tipicamente masculinas

Grandes mulheres que ocupam espaço em profissões tipicamente masculinas

Nenhum direito foi dado às mulheres. Tudo foi conquistado à base de muita luta e protestos. O importante é que, apesar dos desafios diários, as mulheres, aos poucos, conquistam mais espaço no mercado de trabalho e provam que são qualificadas para assumir qualquer cargo e profissão que desejam.

Elas, que antes era subjugadas e estereotipadas para determinadas funções em sociedade, consideradas adequadas somente aos trabalhos domésticos e para o cuidado do marido e dos filhos, aos poucos foram conquistando espaço. Hoje, a ideia de que o homem tem mais força ou habilidade para certos trabalhos em relação à mulher tem sido constantemente descartada como argumento para impedir que a figura feminina assuma qualquer posto profissional.

Pensando nisso, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Jornal O Popular ouviu três araucarienses que exercem profissões tipicamente vistas como masculinas, que conquistaram seu espaço, provando que todas podem assumir seus seus sonhos e vontades, realizando-se pessoal e profissionalmente.

Thais Leite, 23 anos, moradora da área rural de Lagoa Grande, se tornou motorista carreteira há cerca de um ano. É casada, tem um filho de 3 anos, e não se acovarda quando precisa pegar a estrada e enfrentar os perigos inerente à profissão. “Escolhi ser motorista porque amo caminhões e sempre quis seguir o exemplo do meu pai, que está na estrada há muitos anos. Não ligo para o preconceito e acredito que sou uma inspiração para outras mulheres e para muitos homens também. O medo sempre anda junto comigo, mas a fé em Deus também é minha companheira e me faz acreditar que chegarei ao meu destino em segurança”, diz.

Aos 21 anos, Karyn Luana Souza, que mora no bairro Costeira, realizou um grande sonho: se tornou barbeira. Ela não é casada, apenas namora e não tem filhos. “Trabalho na Barbearia Lacerda Barbershop faz 9 meses. Sempre gostei muito de arrumar o cabelo dos meus sobrinhos quando iam à escola. Em 2018 raspei minha lateral pela primeira vez e achei aquilo incrível, desde então fui me interessando cada vez mais pela arte da barbearia. Pedi pra minha mãe me ajudar a fazer um curso, mas ela não teve condições de me ajudar, até que em 2021, ela e minha irmã pagaram o meu curso, foi incrível”, comemora Karyn.

A barbeira não se abala com o preconceito, mas algumas vezes percebe olhares com julgamentos. “Alguns clientes temem que eu possa fazer um corte inferior por ser mulher. Isso me abalava muito no começo. Alguns ainda preferiam cortar o cabelo com um aprendiz homem do que comigo, não só clientes homens, mas algumas mulheres também, que preferiam que os filhos cortassem com outros barbeiros. Superei tudo isso e hoje digo para as mulheres que pensam em se tornar barbeiras, que não desistam e persistam, porque no começo é super difícil pegar o jeito do corte e a vergonha de poder ter algum tipo de assunto com o cliente, mas quando você menos espera está desenrolando tudo e nem se deu cota”, aconselha.

A jogadora de futebol profissional Eduarda Pereira Balbino, 21 anos, acaba de ser contratada pelo time de futsal do Rio Branco de Paranaguá. Em Araucária ela defendia o time de Fut7 Colo Colo. Por aí já se percebe que Eduarda tira de letra o fato de fazer parte de um universo comumente dominado por homens. “Jogo desde os 12 anos, amo futebol e sou fã da Marta, jogadora da seleção brasileira. Infelizmente não posso dizer que nunca sofri preconceito, pelo contrário, foram muitas situações, mas hoje não existe mais essa história de que futebol e só para homens. O futebol feminino está mais evoluído, atualmente é normal mulheres jogarem bola e fico feliz com essa conquista”, afirma.

Edição nº.1353

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