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Homem acusado de matar a própria mãe vai sentar no banco dos réus

Homem acusado de matar a própria mãe vai sentar no banco dos réus-araucaria
Foto: Marco Charneski e Divulgação.
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Nesta quinta-feira (10/08), Lorenzo Cezar Muniz sentará no banco dos réus sob a acusação de ter matado a própria mãe Ana Maria Muniz, 79 anos, com requintes de crueldade, no dia 9 de setembro de 2020. Com início marcado para às 9h, a sessão do Tribunal do Juri será presidida pela juíza da Vara Criminal Débora Cassiano Redmond e sete jurados vão compor o Conselho de Sentença.

O julgamento de Lorenzo foi muito aguardado e deverá movimentar a comunidade araucariense, já que o assassinato brutal da idosa causou intensa comoção na época. Naquele dia, eram por volta das 22h quando o réu tirou a vida da própria mãe, na residência da família, localizada na rua Raimundo Suckow, no Jardim Iguaçu. Lorenzo a matou com vários golpes de faca, depois escalpelou seu couro cabeludo e ainda arrancou um dos seus olhos. Ele também matou o gato de estimação de Ana Maria e colocou o corpo sobre o pescoço da mãe morta. Os guardas municipais que atenderam a ocorrência, chegaram a afirmar que a cena do crime era estarrecedora.

Após matar a mãe, Lorenzo ainda teria tentado cortar os próprios pulsos, ele também abriu a mangueira de gás da casa e a colocou em sua boca a fim de inalar o gás, possivelmente planejando tirar a própria vida. Uma das suas irmãs, que também morava na casa, chegou na manhã do dia seguinte, encontrou o corpo da mãe desfalecido na sala e o corpo de Lorenzo caído na cozinha. Ela acionou o socorro e Lorenzo foi atendido e encaminhado ao hospital.

Logo após recobrar os sentidos, Lorenzo chegou a dizer que não se lembrava de nada, porém no dia seguinte ao crime, durante seu depoimento na Delegacia, não confessou o crime, alegou que a morte da mãe poderia ter ocorrido por “influência espiritual”. Relatou que na noite dos fatos, ele e a mãe teriam ido orar e do nada ela começou a agredi-lo, batendo em seu rosto e jogando-lhe contra o sofá. O réu chegou a dizer que a mãe parecia ter força descomunal, e que ao perceber isso, começou a clamar pelo nome de Jesus. Contou ainda que durante seu clamor, os cabelos da mãe teriam começado a cair e os olhos ficaram escuros e pareciam estar virados. Durante o processo, em todas as demais vezes em que foi ouvido, Lorenzo optou pelo silêncio.

Esperando justiça

Lorenzo é o caçula dos cinco filhos de Ana Maria Muniz, o único homem. Das quatro irmãs, três estão contra ele, jamais aceitaram o fato de terem perdido a mãe de uma forma tão cruel. Uma delas, inclusive, é assistente da acusação no processo.

O advogado contratado pelas três irmãs, João Alberto Bellintani, diz que a expectativa das suas clientes para o julgamento desta quinta-feira é que Lorenzo receba a máxima condenação possível e que não haja nenhum atenuante que possa reduzir as qualificadoras. “O crime foi bárbaro, a esperança das irmãs é que o réu receba a maior pena possível. O Lorenzo nunca negou o crime e por isso nós o consideramos um réu confesso. As irmãs não se conformam com o que ele fez e sempre se questionam sobre o que deve ter se passado na cabeça do Lorenzo para cometer tamanha brutalidade”, declara.

Ainda de acordo com o advogado, constam nos autos do processo, por parte da acusação, alguns caderninhos que Ana Maria guardava, uma espécie de diários, onde ela costumava registrar alguns desabafos, estes poderão conter informações que irão desabonar a conduta do réu.