Há 7 anos, Ivete Bertoti passava a frequentar a Igreja de Santo Daime, onde eram realizados rituais de Ayahuasca, quando se interessou pelo processo. A planta, hoje utilizada em diversos locais e culturas, dá condições a um autoconhecimento, explorando e encontrando, de forma rápida, a origem de traumas e medos que possam te afetar até hoje. Foi quando passou a visitar outros locais e conhecer mais a fundo sobre o tema, que a terapeuta se interessou em abrir um Instituto em Araucária, o Instituto Transcendência, agora com pouco mais de 2 anos.
A Ayahuasca não é alucinógena, mas enteógena, que, de acordo com o próprio significado do termo, é uma substância psicoativa, de origem vegetal, ingerida para produzir um estado ampliado de consciência para fins espirituais-religiosos, proporcionando experiências transcendentais relatadas, como um contato com Deus e o mundo espiritual. O objetivo do chá é o autoconhecimento e algumas pessoas procuram nele até a cura para diversas situações.
Ivete explica melhor como funciona o âmbito espiritual durante o processo. “A cura se dá a partir do momento que você entende o que é a doença ou a limitação que se desenvolveu em você. O objetivo é que a pessoa saiba o que ela é, o que ela carrega, quem ela é de verdade. Quando percebe isso, ganha o poder de desatar dentro dela qualquer situação que aconteça, desde doenças físicas até neurológicas. O processo permite à pessoa retornar à situação que desencadeou o problema e entender porque seu organismo responde com a dor”, esclarece a madrinha da casa.
Em 2004, após décadas de debates acerca do chá, o CONAD (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas) reconheceu o ritual da Ayahuasca como uma prática legal, desde que realizada dentro de um contexto religioso. A resolução admite juridicamente a legitimidade do consumo da bebida psicoativa preparada com plantas amazônicas, e evitando, segundo a Constituição Brasileira, qualquer forma de manifestação de preconceito.
Ivete ainda complementa acerca da importância de passar pela experiência no mínimo três vezes, pois o processo para associação leva um tempo. “Se alguém for passar pela consagração, antes de expressar qualquer relato, é importante que passe por, pelo menos, três vezes. Como o ser humano é um universo muito grande, às vezes uma sessão só não dá o tempo de a pessoa receber muita informação. E quando recebe, não consegue compreender totalmente as compreensões e concepções recebidas durante o momento de olhar para si. Tudo o que a ayahuasca traz para você, é inerente à sua própria vida”.
Para participar do ritual, não basta somente tomar o chá. O preparo tem início já dias antes, com limitações a uso de medicamentos, lugares tumultuados, bebidas alcoólicas, e que priorize a prática de uma alimentação saudável e até de autoanálise. Na casa, as consagrações são realizadas com até 50 pessoas, durando de 3 a 5 horas, dependendo do intuito do trabalho do dia. A equipe conta com 15 pessoas, que auxiliam os frequentadores, e uma estrutura com colchonetes, cromoterapia e aromaterapia, que ajudam no relaxamento da pessoa em busca do processo de autoconhecimento. O Instituto está localizado na Rua Bento Luís de França, 402 – Cachoeira, e você pode entrar em contato por telefone (41) 99966 5224 – Ivete. Você também pode acompanhar o trabalho do instituto pelo Instagram (@i.transcendência).
Texto: Redação