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Interventor afasta diretores do HMA

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O interventor nomeado pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini (PPS) para apurar supostas irregularidades na gestão do Hospital Municipal de Araucária (HMA) comunicou nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, que todos os diretores indicados pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) foram afastados de seus cargos.

Segundo Luciano Stall, que está exercendo a função de interventor cumulativamente ao cargo de secretário de Gestão de Pessoas, o afastamento é uma exigência prevista na legislação quando o Município intervém na gestão de uma unidade administrada por uma Organização Social. Com a saída dos diretores contratados pelo INDSH, caberá a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) indicar seus substitutos.

Ainda conforme Luciano, nos primeiros dias de intervenção a Prefeitura utilizou para se ambientar a rotina do HMA, buscando acesso a dados contábeis, de informática e outros fluxos de trabalho. “Já na segunda-feira (5) nos reunimos com os funcionários de todos os turnos para explicar o objetivo da intervenção. Também já fizemos o pagamento do salário do mês de janeiro”, destacou.

Ainda conforme apurou nossa reportagem, a intervenção aconteceu porque a Prefeitura encontrou indícios de que o INDSH estaria utilizando os recursos transferidos pelo Município para manutenção do Hospital em desacordo com aquilo que previa o contrato de gestão. Um dos exemplos seria o repasse de valores a título de taxa de administração à sede do Instituto em índices superiores ao que seria o acordado. Outra irregularidade teria sido encontrada na conta de telefone do HMA, que era paga diretamente pela Prefeitura, mas que mesmo assim era lançada como despesa pelo Instituto. O pagamento em duplicidade teria gerado prejuízo de R$ 250 mil aos cofres públicos.

Também será objeto do plano de trabalho da intervenção a disponibilização dos leitos do HMA. Isso porque o Município estaria pagando mensalmente pela manutenção de 84 leitos, sendo que nem todos ficavam à disposição sobre o pretexto de que estariam em processo de higienização. Isso faria com que houvesse negativa de vagas quando solicitadas, por exemplo, pela UPA.

INDSH

Já na segunda-feira, quando soube da intervenção, o INDSH emitiu uma nota oficial chamando a intervenção de antidemocrática, extremada, incompreensível e fruto de desconhecimento técnico a respeito de assuntos inerentes a gestão de unidades públicas de saúde. O INDSH ainda afirmou que não descartava o acionamento do Judiciário para manter preservados os interesses da organização.

Nesta quarta-feira (7), em complemento à primeira nota, o Instituto afirmou que as razões que justificaram o decreto de intervenção já haviam sido respondidas pelo INDSH em ocasiões anteriores, conforme constaria de documentos protocolados na própria prefeitura de Araucária, sendo que não obteve qualquer retorno do Município. A organização social acrescentou ainda que pesquisas periódicas realizadas pelos serviços do hospital apontaram índices de satisfação superiores a 95%. “No resguardo de seus interesses e de sua imagem perante a população irá se defender administrativa e juridicamente na busca do esclarecimento dos fatos. “O INDSH, no resguardo de seus interesses, como instituição, e da sua imagem perante a população de Araucária esclarece ainda que irá se defender administrativa e juridicamente, na busca de esclarecer inteiramente os fatos”, finaliza a nota.

Prefeitura explica razões da intervenção a vereadores

Interventor afasta diretores do HMA
Se reuniram secretário de Saúde, interventor do HMA e oito vereadores

Na manhã de terça-feira, 6 de janeiro, um grupo de vereadores foi ao Hospital Municipal de Araucária (HMA) para uma reunião sobre as razões que levaram a Prefeitura a intervir na gestão da unidade.

A reunião com os vereadores foi feita a pedido do presidente da Câmara, Ben Hur Custódio de Oliveira (PR). “A Câmara acaba sendo uma das primeiras instituições a ser questionada pela população quando uma coisa dessas acontece. Então é importante que estejamos por dentro das razões que motivaram a intervenção”, ponderou.

No encontro os vereadores enfatizaram aos representantes da Prefeitura sobre a importância de que os serviços do HMA não sejam interrompidos em hipótese alguma, ainda mais num feriado prolongado como o do Carnaval. O secretário de Saúde, Carlos Andrade, por sua vez, garantiu que este risco não existe e ainda colocou todos os dados acerca da motivação da intervenção à disposição da Câmara.

Faltantes

Os únicos edis que não estiverem presentes à reunião foram Leandro da Academia (PPS), Tatiana Nogueira (PSDB) e Wilson Roberto David Mota (PSD).

Texto: Waldiclei Barboza / Foto: Waldiclei Barboza

 

Publicado na edição 1099- 09/02/2018