“Invasão obrigou os ucranianos a lutarem pela vida!“

Foto: Reuters
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“Invasão obrigou os ucranianos a lutarem pela vida!“
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O coronel reservista da Infantaria do Exército Brasileiro, Amaury Soares Vieira Júnior, morador de Araucária, disse que opinar agora, depois que os fatos aconteceram, é como fazer a previsão do tempo para ontem. Ainda assim, fez questão de emitir seu parecer a respeito do conflito na Ucrânia, citando a seu favor o testemunho do companheiro de turma da AMAN 75, coronel Matos, com quem conversou durante a visita do Paraná a Rússia. “Matos disse que esperava que a linha de ação ‘não invadir’ fosse adotada por Putin e seu estado maior e que erraram ao decidir pela invasão. A melhor linha de ação, na opinião do coronel, teria sido negociar com a Ucrânia logo após seu presidente vir a público, implorando pela paz na região”, comentou.

O militar citou ainda a fala do colega de turma, afirmando que a demonstração de força tinha atingido seu objetivo, como aquela rosnada que os animais costumam fazer antes de lutar, já que a invasão obrigou os ucranianos a lutarem pela vida. “Isso é muito forte em termos de moral da tropa, ao contrário de quem se sente um covarde, atacando um oponente (não são inimigos) mais fraco. Raciocino como infante, porque esse sentimento está enraizado em mim: a Ucrânia é melhor para defender do que para atacar. Sempre que vejo terreno compartilhado, com vegetação, rios e montanhas, penso como seria o combate nesse tipo de terreno”, avaliou.

Disse ainda, esperar que a Rússia se ilumine e aceite negociar agora o fim do conflito, ao invés de aumentá-lo com o uso de suas armas de maior potência, inclusive nucleares. “Isso seria um erro mais grave ainda, porque praticamente desafiaria os países que também as possuem. Lembro de nossos instrutores alertando para percebermos quando uma decisão tática era errada e a voltarmos atrás ou corrigi-la, ao invés de colocar mais lenha na fogueira e perder vidas preciosas de quem estava sob nosso comando”.

Coronel Amaury frisou que a guerra trará consequências para todos, sem exceção para os araucarienses.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1301 – 03/03/2022

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