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‘O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz’ (Isaías, 9, 1). Foi com estas palavras que o evangelista Mateus apresenta o início da vida pública de Jesus. Ele deixa Nazaré onde vivia até então, e vai morar em Cafarnaum, à beira do mar da Galileia. E ali começou a pregar dizendo: ‘Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo’.

Esta luz que nos fala o profeta Isaías no século VIII a.C, é o próprio Jesus, que começa a revelar para a humanidade o rosto misericordioso de Deus. O povo que vivia sufocado pelo sistema, por uma religião cheia de regras e proibições, tendo que pagar pesados impostos ao império romano, começa a vislumbrar tempos novos, com a pregação do Mestre. Aqueles que estavam sufocados, marginalizados, excluídos, abandonados, finalmente, começam a respirar uma nova realidade.

Jesus percorria a região da Galileia, os povoados e aldeias, levando a todos os pobres, a esperança de tempos melhores. Através das suas palavras cheias de ternura e de compaixão; de seus gestos amorosos e misericordiosos, ele surge para o povo como uma grande luz no meio das trevas. Eles estavam como ovelhas sem pastor, totalmente abandonados pelas autoridades políticas e religiosas. Jesus teve compaixão deles e despertou neles uma esperança jamais vista em todos os tempos.

Esta luz que é Jesus brilha por onde passa, reerguendo os decaídos, curando os doentes, ressuscitando os mortos, anunciando a boa nova a todos os sofredores. São novos tempos, que renovam nos pobres a certeza de um novo amanhã. Nunca ninguém falou como ele, pois, ao contrário dos fariseus e doutores da lei, ele falava com autoridade. De dentro dele emanava uma força incrível, um amor profundo para com todos, principalmente pelos mais marginalizados e abandonados da sociedade. E tudo o que ele falava brotava do fundo do seu coração, como algo sincero e verdadeiro. Nele não havia fingimento e nem falsidade.

O mundo de hoje anda no meio das trevas, com tantas pessoas decaídas, desamparadas, depressivas, sem esperança e sem coragem para viver. Para muitos a sensação é de que não existe mais saída, imersos numa descrença muito grande, sem ânimo para continuar vivendo. Quantas pessoas decaídas pelas constantes derrotas, por tantas tentativas mal sucedidas, e, a vontade de muitos é sucumbir e desistir da luta. E é exatamente nestas circunstâncias que a presença de Jesus surge como uma luz e uma esperança. Mas como ele não está mais presente fisicamente em nosso meio somos nós, os seus seguidores, aqueles chamados a levar ao mundo descrente, a esperança de um novo amanhecer.

Gestos simples falam mais do que inúmeros discursos. Uma palavra de conforto; um abraço sincero; um aperto de mão; um interesse sincero pela vida do outra; uma escuta atenta e cheia de paciência; um olhar compassivo são coisas aparentemente simples e pequenas, mas, de uma eficácia enorme. O mundo está carente de um encontro mais humano, de uma acolhida incondicional, de ternura e compreensão. Isso sim é seguir Jesus, a luz da humanidade, despertando a esperança na vida de tantas pessoas sofridas e carentes. Ser cristão, seguidor do mestre Jesus, é, no fundo, despertar nas pessoas, sobretudo, naquelas mais sofridas e desesperadas, a esperança de um novo amanhecer.

Publicado na edição 1196 – 23/01/2020

JESUS, A LUZ DA HUMANIDADE

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