Jovem que foi preso injustamente relata agonia que viveu na cadeia

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Jovem que foi preso injustamente relata agonia que viveu na cadeia

Sabe quando a pessoa está no lugar errado e na hora errada? Pois foi justamente isso que aconteceu com o jovem Victor Gabriel Groth Arquizes, 20 anos, preso injustamente na sexta-feira, 5 de junho, acusado por um crime que não cometeu: o assassinato de Célio Roberto Soares de Campos, sócio proprietário da empresa de segurança Protect, ocorrido em 14 de março de 2019. No dia do crime Victor havia combinado de ir buscar a então namorada (hoje sua esposa) em uma escola de dança que ficava no andar de cima de onde funcionava a empresa de segurança. Antes de ir até o local, o rapaz trocou várias mensagens com a namorada, combinando o horário que iria buscá-la.

Ele chamou um carro de aplicativo de corrida, e como de praxe, o motorista digitou o endereço no GPS. Chegando no local, Victor percebeu que a escola não funcionava mais ali, pegou o telefone, falou por alguns minutos com a namorada, entrou novamente no carro, e depois foi embora. Segundo o delegado Thiago Wladyka, conforme mostraram as imagens de câmeras de segurança, 6 minutos depois que Victor saiu, o assassino entrou, matou Célio e foi embora. Wladyka lembrou que este foi o ponto crucial para que o jovem se tornasse suspeito.

No dia 5 de junho, Victor estava em seu trabalho quando recebeu a visita inesperada de policiais civis, que tinham ido até o local para prendê-lo. O jovem entrou na viatura, perguntou porque estava sendo preso, e quando soube do motivo, ficou sem entender, porque ainda não tinha conhecimento do que havia acontecido exatamente no dia em que ele combinou de ir buscar a namorada e acabou indo a um endereço errado, que o colocou na cena do crime. “Quando eles chegaram no meu serviço e chamaram pelo meu nome, fiquei muito assustado. No início cheguei a pensar que poderia ser um sequestro, porque os policiais não haviam se identificado e só diziam a todo instante que queriam falar com o Victor. Então me levaram para a Delegacia, dizendo que eu era suspeito pela morte do vigilante, e que eu havia combinado isso com o Everton (sócio de Célio, suspeito de ser o mandante da sua morte). Tentei explicar que eu não sabia de nada do que estava acontecendo, que era inocente, mas não acreditavam em mim. Eu não sabia mesmo o que estava acontecendo, até me mostrarem o vídeo. Então expliquei que apenas tinha ido buscar minha mulher, e que ela tinha nossas conversas gravadas. Eu falava isso a todo tempo, mas continuaram não acreditando em mim. Fui levado para a cela, mas antes disso deixaram eu fazer uma ligação, só que não consegui falar com minha família e minha namorada, que eram os únicos contatos que eu lembrava. Fiquei preso naquela cela fria, muito angustiado, pensando que não tinha ninguém lá fora pra me ajudar, pois ninguém sabia que eu tinha sido preso. Só senti um pouco de alívio quando os policiais entregaram uma coberta pra mim, que tinha sido levada pela minha namorada, e ali percebi que minha família já sabia do ocorrido. E a luta para provar minha inocência começou, minha mulher mostrou aos policiais as nossas conversas pelo WhatsApp, meu pai contratou um advogado, e me tirou da cadeia. Fui liberto na noite de segunda-feira, dia 8, graças as conversas que estavam gravadas, ao esforço do meu pai e ao meu advogado. Foi um alívio conseguir provar minha inocência, ter meu nome limpo e excluído do processo”, comemorou Victor.

Foto: divulgação

Publicado na edição 1217 – 18/06/2020

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