Loteamento Torres no jardim Iguaçu vira alvo de bandidos

O loteamento Torres é uma região residencial e não possui comércios; devido à pouca movimentação de pessoas os bandidos agem com mais facilidade
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O loteamento Torres é uma região residencial e não possui comércios; devido à pouca movimentação de pessoas os bandidos agem com mais facilidade
O loteamento Torres é uma região residencial e não possui comércios; devido à pouca movimentação de pessoas os bandidos agem com mais facilidade

Os moradores do loteamento Torres, localizado no jardim Iguaçu, estão apavorados com a onda de assaltos, arrombamentos e invasões nas casas. Segundo uma moradora, o problema sempre existiu na região, mas, nos últimos meses, vem piorando a cada dia. Praticamente todas as casas do loteamento já foram invadidas por bandidos, que, na grande maioria das vezes, agem armados.

Segundo o morador do loteamento Gustavo Botogoski, que também já teve sua casa furtada, os bandidos têm forma similar no momento da ação. “Eles geral­mente batem palma ou tocam a campainha para ver se tem alguém em casa. Se ninguém aten­de, eles arrombam o portão, a casa e iniciam os furtos”, comentou. De acordo com ele, a vi­zinhança fez um grupo no aplicativo WhatsApp para se ajudarem entre si contra os assaltantes. “Se um morador observa um carro diferente na região em atitude suspeita, logo avisa no grupo para a vizinhança ficar mais aten­ta. Porém, mesmo assim, sabemos que os furtos e roubos estão acontecendo diariamente”, disse.
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Na semana passada, por volta das 15h, a moradora Tânia Montanha teve sua casa arrombada. Os bandidos levaram suas joias, bicicleta e notebook. “Segundo as vizinhas que viram os assaltantes, eles bateram palmas e viram que ninguém saiu para aten­der. Enquanto isso, arrombaram o portão e entraram com o carro de ré na garagem, um Renault Clio, cor branca, placas MKJ-5778. Mas, uma das vizinhas que estava olhando ligou para a outra. Elas, então, foram gritando para a frente da minha casa, tiveram a arma apontada para si, mas, como começaram a aparecer outras pessoas, acredito que os bandidos ficaram intimidados e fugiram”, contou Tânia, acrescentando que a ação foi muito rápida e durou cerca de cinco minutos.

Como o bairro é praticamente residencial, não tem grande movimentação de pessoas, fato este que pode colaborar para a região estar na mira dos bandidos. “Recebemos mensagens o dia inteiro neste grupo de Whatsapp. Nossa sorte é que um morador é Guarda Municipal, então ele consegue agir mais rápido”, declarou. “Eu saio de casa com medo de que o pior possa acontecer. Durante a noite, qualquer barulho é o suficiente para me deixar assustada. Levanto várias vezes para ver o que é”, comentou Tânia, que perdeu a tranquilidade de morar no loteamento Torres.

No início desta semana, ela contou que ao sair de casa avistou um carro parado e ficou o observando. Ela comentou no grupo sobre o veículo, um VW Fox, cor prata, e repassou a placa. Instantes depois, o guarda comentou que verificou no sistema e que a placa repassada não era do Fox. Ou seja, provavelmente tratava-se de mais um bandido que aguardava o momento para agir.

Elaine Magalhães, que defendeu a casa da vizinha Tânia, também ressaltou que está apavorada e que todo dia acontece algum assalto ou arrombamento. “Entramos em contato com a Polícia Militar. Eles dizem que estão fazendo as rondas, mas infelizmente não estamos tendo retorno, pois o problema continua”, disse Elaine, complementando que a região sempre foi perigosa, mas que de alguns meses para cá está ficando ainda pior. “A vizinhança está realizando reuniões para colocar sirene na rua, câmeras de segurança. Mas tudo isso será com verba própria. Esperamos, assim, que iniba os bandidos”, afirmou.

Casas abandonadas e terreno baldio servem como ponto para o tráfico de drogas
Casas abandonadas e terreno baldio servem como ponto para o tráfico de drogas

O capitão da Polícia Militar de Araucária, Nelson Stoccheiro, declarou que as rondas na região já foram intensificadas. “Inclusive, a equipe do Tático está em patrulhamento diário no loteamento, visando inibir a ação dos bandidos”, disse o capitão, complementando que é importante que os vizinhos de unam e, sempre que avistarem atitudes suspeitas, entrem em contato imediatamente com a PM, pelo telefone 190 ou 3642-2768.

MAIS UM PROBLEMA

De acordo com Fernando Ferrari, também morador do loteamento Torres, a vizinhança sofre com mais um problema. “Moro na rua Paulo Alves Pinto e sou vi­zinho de uma via com casas abandonadas que servem de depósito de lixo, proliferação de mosquitos, ponto de venda e uso de drogas. Requeri junto aos órgãos públicos providências sobre o local, visto que são feitas vistas grossas ao crime ambiental, negligenciando a Lei”, contou.

Segundo ele, o problema não é só ambiental e de saúde pública, mas também social e de segurança, uma vez que “vândalos e assaltantes têm refúgio na região”. Fora isso, “o local serve ainda de depósito ilegal de lixo e resíduos afrontando qualquer legislação vigente”. Para Fernando, a solução deste problema deve facilitar a vida da comunidade que ali reside.

“Acredito que seja preciso recuperar a área, até mesmo fazer ciclovia ou calçamento. Mas, precisamos urgentemente que as casas sejam desmontadas e que a área seja cercada para evitar que pessoas entrem e fixem moradia, ainda que temporária. Ou, se for de entendimento dos órgãos, até a aber­tura da rua”, declarou Fernando, acrescentando que este não é um problema somente do loteamento Torres, mas que tende a se repetir nos locais onde o poder público se ausenta de suas obrigações e se omite acobertando a especulação imobiliária.

A respeito disso, a redação deste jornal entrou em contato com a Prefeitura de Araucária, mas, até o fim da tarde de ontem, dia 26, não obteve resposta sobre a situação específica.

Texto: Rafaela Carvalho / FOTOS: EVERSON SANTOS

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