Uma situação inusitada aconteceu por volta das 15h30 desta segunda-feira, 5 de fevereiro, no terminal rodoviário da Vila Angélica.
Claudia Alexandre de Paula, 35 anos, que estava grávida do seu segundo filho, com cerca de 40 semanas, foi até Curitiba de ônibus para realizar alguns exames. Ao retornar para Araucária, no coletivo, ela contou que começou a sentir dores e percebeu que seu shorts ficou encharcado, momento em que a bolsa amniótica se rompeu.
Segundo ela, quando o ônibus fez a parada no Terminal Angélica, ela desceu e pediu ajuda. “Pessoas que estavam no terminal me ajudaram e logo chamaram vigilantes, que me encaminharam à uma sala, ali mesmo, no terminal. Chegando lá, fui orientada pela Márcia Lopes, funcionária da limpeza. Naquele momento, eu já entrei em trabalho de parto e logo outras pessoas vieram me ajudar”, contou Claudia.
Por outro lado, uma viatura do trânsito que realizava patrulhamento na região, foi acionada pelo vigilante do terminal. No carro estava a agente de trânsito Keitiane Ferreira, que, por sorte ou força do destino, é também formada em Enfermagem. “Achei que se tratava de alguma ocorrência de trânsito, mas quando chegamos fomos informados de que havia uma mulher em trabalho de parto, já acolhida em uma sala no terminal”, contou a agente.
Quando ela entrou na sala, viu a mãe já em posição de parto. “Naquele momento, pedi luvas e falei a Claudia para não se preocupar, que sou enfermeira e estava ali para ajudá-la”, disse Keitiane. A agente de trânsito contou que a partir disso passou a auxiliá-la nas contrações e em poucos minutos o bebê nasceu.
“Foi lindo e emocionante. Nunca tinha feito um parto antes, apenas acompanhado em estágios. Então usei a minha teoria e graças à Deus deu tudo certo. Na hora em que fui acionada, ainda mais por eu ter formação também na área da saúde, agi rápido, pois a prioridade era a vida do bebê e da mãe”, afirmou Keitiane.
Já a mãe, Claudia, contou que ficou preocupada com a situação, mas que quando notou seu shorts todo molhado e que passou a entrar em trabalho de parto, viu que o nascimento do seu filho teria que ser ali mesmo. “Foi tudo muito rápido, não deu nem tempo do Samu chegar. Fiquei surpresa com tudo que estava acontecendo, afinal de contas no parto da minha primeira filha eu senti muitas dores, foi difícil e demorado. Não imaginei que com ele seria tão rápido, contaram que tudo aconteceu em 16 minutos”, declarou.
Após o nascimento, a mãe e o bebê, que recebeu o nome de Benjamin Alexandre Decol, foram encaminhados ao Hospital Municipal de Araucária. Eles receberam alta médica na tarde de quarta-feira e já estão em casa. Benjamin nasceu às 15h46, com 49cm e 3,800kg.
Keitiane, a enfermeira e agente de trânsito que realizou o parto, comentou que certamente terá um vínculo eterno com este bebê e contou que já visitou a família. Para a mãe, esta história será passada de geração em geração. “A Keitiane foi um anjo da guarda. Meu filho nasceu pelas mãos dela. Agradeço a todos os envolvidos, todos, sem exceção, foram extremamente prestativos”, concluiu Claudia.
Foto: divulgação
Publicado na edição 1099 – 09/02/2018
