Marido reclama do atendimento à sua mulher grávida no HMA

Foto: divulgação
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Marido reclama do atendimento à sua mulher grávida no HMA
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O Hospital Municipal de Araucária (HMA) foi alvo da crítica por parte de um marido, cuja esposa, grávida, teve complicações, acabou perdendo o bebê e encontra-se internada na UTI. Ele relata que ao completar a 36ª semana de gravidez, a mulher começou a apresentar hipertensão e foi encaminhada para o hospital para receber medicação de controle da pressão. “Na segunda-feira, 9 de agosto, ao completar a 38ª semana de gravidez, tudo mudou. Por volta das 4 horas da manhã, minha esposa acordou com fortes dores na barriga e com um endurecimento constante, e sem intervalo. Os médicos do HMA tinham informado que havendo qualquer problema, deveríamos procurar o hospital, e assim procedemos. Levei minha esposa ao hospital, por volta das 4h30 da madrugada. Ela foi atendida pela médica de plantão, foi feito o exame do toque por volta das 6 horas da manhã e a médica não constatou dilatação, e escutou o coração do bebê, que batia. Informou que eram contrações de treinamento, que doíam mesmo, pois ela já tinha uma cesárea. A paciente informou que estava com a dor ininterrupta ainda maior e com um forte sangramento e a médica se limitou a dizer que era normal e mandou que fosse aplicado um Buscopan e retirou-se”, relata o marido.

Ainda de acordo com ele, as dores não pararam e só aumentaram, com sangramento ainda mais intenso e constante. A paciente teria implorado para as enfermeiras de plantão, que ligassem para a médica. “Ela (médica) não retornava as constantes chamadas, e minha esposa sangrava muito. Mudou o plantão, e por volta das 7 horas o médico que assumiu foi informado sobre a situação. Pediu que ela aguardasse, enquanto ele atenderia os outros pacientes. Nesse meio tempo minha esposa lançou um jato de vômito pela boca e um jato de sangue foi projetado do seu útero, isso já eram mais de 8 horas da manhã. Finalmente o médico disse que era uma emergência e informou o descolamento da placenta. Minha esposa foi levada para a mesa de cirurgia, isso quatro horas depois de ter dado entrada no HMA, com um histórico de pressão alta, dores ininterruptas e com uma forte hemorragia, que durou horas, sob os cuidados de toda a infraestrutura médica. Após a cesária de emergência, meu filho foi retirado do útero sem sinais vitais e com a boca e todo o aparelho digestivo totalmente obstruídos por mecônio (primeiras fezes dos recém-nascidos). Após vários minutos na tentativa de reanimá-lo, a equipe médica registrou sua morte, às 8:47 da manhã, do dia 09/08/2021. Pergunto porque, durante todo o tempo em que a paciente passou sob os cuidados do HMA, com todo quadro já descrito, não foi realizado sequer exame básico de cardiotacografia, que monitora o estado de saúde e sofrimento do bebê no útero. Isso que no prontuário da paciente constava que se tratava de uma gravidez de risco. Este caso gravíssimo acende um alerta para todas as futuras mães que dependem do Hospital Municipal de Araucária. Que tipo de médicos estão atendendo as grávidas da nossa cidade, que procedimentos estão sendo adotados para atender as mães no estado vulnerável em que se encontram quando tem alguma emergência em sua gravidez?”, indagou o homem.

“Minha esposa foi parar na UTI e precisou de várias transfusões de sangue, pois seus rins não estavam respondendo. Ele está lutando pela vida e os médicos seguindo com suas rotinas normais, sem terem suas responsabilidades apuradas”, lamentou o marido.

Sobre o ocorrido, o Hospital Erasto Gaertner, que administra o HMA, informou que está apurando o caso junto à equipe que prestou o atendimento. Comprometida com o bem-estar da comunidade, a instituição administradora disse que o HMA tratará do assunto com toda a responsabilidade necessária.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1275 – 19/08/2021

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