A morte de uma mulher grávida de 8 meses e do seu bebê, após ela ter utilizado um coquetel de vitaminas injetável, reacendeu a polêmica sobre o uso de suplementação durante a gestação. A injeção, indicada para aumentar a imunidade da futura mamãe, foi aplicada em uma farmácia de Cuiabá (MT). O caso ganhou as redes nos últimos dias.
Para buscar explicações e dicas importantes sobre o tema, o Jornal Popular conversou com o Dr. Claudio Bednarczuk, ginecologista e obstetra da Clínica São Vicente. Segundo ele, a indicação de suplemento de vitaminas na gravidez deve ser orientada por um médico, de acordo com a situação clínica de cada paciente. Isso porque os riscos de má-formação e desenvolvimento de doenças que interferem na saúde do feto dependem do histórico da mãe e das características de cada gestação.
“O consumo de suplementos sem orientação, inclusive, pode ser prejudicial para a gestante. Os suplementos de vitaminas C e E, por exemplo, são desaconselhados em gravidez de alto risco, pois aumentam o risco de uma ruptura prematura de membranas”, apontou. O médico complementou que a suplementação não pode substituir a alimentação durante a gravidez. “Durante a gravidez, a ingestão de macronutrientes, como carboidratos, proteínas e gorduras insaturadas, deve crescer de forma significativa. A necessidade de micronutrientes, que incluem vitaminas, minerais e oligoelementos aumenta ainda mais”.
Mais recomendados
Dr Claudio orienta que cada elemento exerce uma função essencial no desenvolvimento do feto, porém o consumo deve ser em doses adequadas para ter um efeito benéfico. Os mais recomendados são o Ácido Fólico – que ajuda a prevenir defeitos congênitos do cérebro e da coluna vertebral, apoiando o crescimento e o desenvolvimento geral do feto e da placenta; Ômega-3 – fundamental no desenvolvimento do cérebro e da retina do feto, também tem papel na determinação da duração da gestação e na prevenção da depressão pós parto; Cálcio – fundamental para ossos e dentes fortes; Ferro – ajuda os glóbulos vermelhos a fornecer oxigênio ao feto; Iodo – essencial para o desenvolvimento saudável do cérebro; Colina – importante para o desenvolvimento do cérebro e da medula espinhal do feto; Vitamina A – para pele e visão saudáveis, ajudando no crescimento ósseo; Vitamina B6 – que ajuda o corpo a usar proteínas, gorduras e carboidratos, como também a formar glóbulos vermelhos; Vitamina B12 – ajuda a formar os glóbulos vermelhos; Vitamina C – promove o desenvolvimento de gengivas, dentes e ossos saudáveis; e Vitamina D – constrói os ossos e os dentes do feto, ajudando a promover visão e pele saudáveis.
“A diferença entre o remédio e o veneno muitas vezes é a dose do mesmo, por isso, medicamentos, mesmo que simples vitaminas que parecem ser um remédio inócuo, em excesso podem fazer mais mal do que bem à saúde da mãe e do feto”, alerta o obstetra.
De acordo com ele, a suplementação de vitaminas é um procedimento muito comum na gravidez, pois nesse período o organismo costuma aumentar as demandas nutricionais. O procedimento busca garantir a saúde da mulher e do feto para evitar pré-eclâmpsia, crescimento fetal restrito, defeitos no tubo neural e no esqueleto, além de baixo peso ao nascer.
“O complemento, geralmente, é realizado com um comprimido multivitamínico projetado especialmente para grávidas. A suplementação não pode substituir a alimentação adequada nem permite o consumo de álcool, alimentos altamente processados, fritos, açucarados ou ricos em gordura saturada durante a gestação. Voltamos a frisar que a maior fonte de vitaminas está sempre numa boa alimentação e bem variada se possível”, reforça.
Serviço
Agende uma consulta com o ginecologista e obstetra Dr. Claudio Bednarczuk ou demais especialistas da Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, nº 250, no Centro de Araucária. Os telefones para contato são: (41) 3552-4000 ou WhatsApp (41) 98780-1440.
Edição n. 1358