Mercado de locações sofre queda de quase 15%

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A crise econômica tem desestimulado o investimento em novas empresas
A crise econômica tem desestimulado o investimento em novas empresas

Ao passar pela avenida Victor do Amaral, a aten­ção do araucariense tem se dividido entre as lojas abertas ao público e o grande número de imóveis comerciais disponíveis para locação. Afinal, somente aqueles que apresentam placas ultrapassam dez unidades. Por isso, atendendo a pedidos de leitores do Jornal O Popular do Paraná, a redação entrou em contato com imobili­árias da cidade a fim de descobrir os motivos da situação e como elas têm enfrentado a crise.

De acordo com Angelita Nair de Souza, res­ponsável pelo setor de locações da Imobiliária Barracão, a demanda por imóveis comerciais diminuiu este ano, o que afetou o mercado. “Nós vemos os comerciantes reclamando do movimento e também do aumento dos impostos e da taxa de luz, então isso tem influenciado na locação de novos espaços e também tem gerado atrasos no pagamento dos aluguéis”, afirma.

A mesma realidade tem preocupado Karim Traya, auxi­liar do setor na Canadá Imóveis. “Se compararmos os resultados atuais com os do ano passado, veremos que a procura por imóveis comerciais diminuiu e que muitas empresas acabaram fechando”, conta. Além disso, ele garante que o setor residencial também não está em seu melhor momento. “Os valores solicitados pelos proprietários estão mais altos do que o mercado pode suportar e a maioria das locações que temos fechado são por meio de contrapropostas”.

Para Arlindo Odppis, proprietário da Odppis Imóveis, a questão do preço tem sido realmente o principal fator para a queda no número de alugueis. “As obras da Petrobras realizadas em Araucária há alguns anos inflacionaram muito o mercado, e os aluguéis deveriam ter diminuído assim que elas acabaram, mas isso não aconteceu”, explica. Para completar, ele acredita que novas construções financiadas pela Caixa Econômica e outros bancos fizeram com que muitos locatários migrassem para a casa própria, desocupando os antigos imóveis. “Então sobrou espaços disponíveis no mercado, e a tendência agora é baixar o va­lor”, pontua.

Ainda segundo ele, no caso específico dos imóveis comerciais, o problema é ainda mais complicado. “Com valores altos e a economia atual em recessão, as pessoas estão com medo de abrir novas empresas e de inves­tir. Percebo isso principalmente no caso de salas comerciais usadas por dentistas, advogados e outros empresários, pois muitas delas estão inutilizadas neste momento”.

A solução

De acordo com Carlos do Valle, presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Araucária (ACIAA), a instituição tem conhecimento da realidade do mercado imobiliário no município devido às obras da Petrobras e também da crise econômica atual. “Mas me parece que um caminho viável seja sentar, discutir o assunto e buscar soluções que envolvam tanto a classe empresarial quanto a política, todos pensando no bem comum do município. Por isso, vamos provocar um bate papo com eles”, promete.

Visão do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci)
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Enquanto as imobiliárias se preocupam com a queda no número de aluguéis realizados este ano, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci Paraná) afirma que a situação não é desesperadora. “Sabemos que as locações diminuíram quase 15%, mas ainda existe um volume grande de procura que mantém o mercado em funcionamento”, explica Samir Traya, delegado distrital do Creci para Araucária.

No entanto, ele afirma que os valores de alguns imóveis precisam de uma reavaliação. “Se a procura diminui, os valores também precisam diminuir. O problema é que em muitos casos os preços continuam altos, e em grandes imóveis comerciais os proprietários ainda parecer ir pela contramão ao subir o valor sem levar em conta a realidade. Isso não pode acontecer”, aconselha.

Texto: Raquel Derevecki / FOTOS: EVERSON SANTOS

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