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Foto: Divulgação

O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia contra Tiago Trindade Siqueira, 33 anos, nesta quarta-feira, 21 de fevereiro. Ele matou a esposa Eduarda Amabile Correia, 25 anos, asfixiada, no dia 29 de janeiro deste ano, quando tentava desbloquear o celular dela através do Face ID. Tiago foi preso no mesmo dia do crime e permanece detido desde então, ele foi denunciado por homicídio, com três qualificadoras: feminicídio, afixia/meio cruel e motivo fútil.

Após essa denúncia do MP, o processo agora segue na Vara Criminal de Araucária e a juíza responsável pelo caso vai decidir se o réu vai ou não a júri popular.

Segundo a defesa da família de Eduarda, representada pelo advogado Jackson Bahls, a expectativa é de uma rápida tramitação do processo, para que no Tribunal do Júri a sociedade de Araucária possa dar a resposta a este crime de feminicídio. “Seguimos confiantes na justiça e temos convicção de que em breve ela será efetivada, pois Eduarda já se tornou símbolo de luta contra o feminicídio”, destacou a defesa.

Relembre os fatos

O crime aconteceu no último dia 29 de janeiro, na casa do casal, localizada na Avenida Independência, área rural de Campina das Pedras. Eduarda foi morta após uma discussão com Tiago, motivada por ciúmes. Ele teria exigido que ela lhe mostrasse o conteúdo do celular. A vítima se negou e ele então a imobilizou, colocando o seu joelho sobre o pescoço de Eduarda. Enquanto isso, tentou fazer com que o celular fosse desbloqueado por reconhecimento facial.

Segundo consta nos autos, o casal teria saído na noite anterior e ao retornarem da casa de amigos, isso por volta das 3h, já na madrugada do dia 29, teriam permanecido acordados. Em determinado momento, não especificado no processo, imbuído pelo ciúme excessivo e acreditando veementemente que a esposa o traía através de aplicativos de relacionamento, e com o propósito de confirmar as suas infundadas suspeitas, Tiago iniciou uma briga, cujo centro foi o desbloqueio facial do celular dela.

Por repetidas vezes a vítima não permitiu o acesso ao celular dela, o que deixou o companheiro descontrolado. Ele então teria investido contra a esposa, com quem vivia junto há cerca de 3 anos, iniciando uma luta corporal. Nesse meio tempo, Tiago teria derrubado Eduarda no chão do quarto do casal, forçando-a a mostrar o seu rosto para desbloquear o celular, que já estava nas mãos dele, tudo contra a vontade dela.

Vendo as tentativas frustradas no desbloqueio, Tiago mudou sua estratégia e mediante asfixia e meio cruel, deu início à execução do crime de feminicídio, dominando a vítima já no piso, sem que ela pudesse esboçar qualquer gesto em sua defesa, impedindo-a de esconder o rosto. Ele posicionou um de seus joelhos no pescoço de Eduarda e lhe deu um golpe de sufocamento ao depositar todo o peso do seu corpo na região do pescoço e tórax da vítima. Agindo assim, ele a asfixiou, impedindo-a de respirar, causando-lhe intenso sofrimento físico, por tempo indeterminado nos autos, contudo, tempo necessário para que ela ficasse ‘roxa’.

Ainda conforme os autos, por volta das 13h30min do dia 29, já ciente do óbito da companheira, Tiago ligou para o irmão dele, afirmando que Eduarda estava passando mal. O irmão então ligou para sua esposa, para que fosse até o local prestar auxílio a vítima. Depois foi até o local também, a sogra de Eduarda. Chegando na residência, os três familiares encontraram Tiago mexendo em um celular, ‘transtornado’, e Eduarda ‘desmaiada’. Ele imediatamente a levaram até a UPA, onde foi constatado o óbito.

Edição n.º 1403

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