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Foto: Divulgação.

Quando pensamos em cobras, a primeira sensação que temos é de um arrepio na espinha. Agora, imagine a situação se você se deparar com uma cobra dentro de sua própria casa ou no seu quintal.

Embora possa parecer um pesadelo, é um cenário que vem ocorrendo com frequência, inclusive em Araucária. Um exemplo disso aconteceu com uma família moradora da rua Gertrudes Hiter Merlin, no Jardim Esperança, bairro Gralha Azul.

“A gente mora de frente para um terreno baldio e uma noite dessas meu filho resolveu ir para fora porque nossa cachorrinha estava latindo muito. Ainda bem que quando ele abriu a cortina para dar uma espiada antes de sair, viu a jararaca na calçada. Foi um grande susto, de início ficamos sem saber o que fazer. Não a matamos, esperamos um pouco e ela foi embora”, contou a moradora.   

Ela acredita que o fato de o terreno vizinho estar sempre com o mato alto tenha ajudado a atrair a cobra. “Esse terreno, que não sabemos se é particular ou público, está sempre sujo, acho que isso acaba atraindo cobras e também outros animais peçonhentos”, lamentou.

A atitude da família em não matar cobra, acabou trazendo à tona uma dúvida que muitas pessoas têm: se uma serpente aparecer na minha casa, devo matá-la? Para esclarecer a questão, o Jornal O Popular conversou com a Unidade de Vigilância em Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Segundo a Unidade, as cobras são animais silvestres, portanto, matá-las significa infringir o artigo 32, da Lei 9.605/98 de Crimes Ambientais.

“Precisamos entender porque esses animais estão invadindo os ambientes urbanos. Vivemos em um ambiente que é compartilhado entre seres humanos e animais. Às vezes, a gente invade o ambiente que é deles. Por exemplo: antes de uma casa ser construída em determinada área, ali era um ambiente natural, ou seja, o habitat de alguns animais, inclusive cobras. As serpentes também são fundamentais para o ecossistema por serem predadores naturais de roedores. Então, onde tem cobra, provavelmente não vai ter rato. Por si só, isso já justifica não as matar”, explica a Unidade de Zoonoses.

As cobras peçonhentas também precisam estar vivas porque é delas que é retirado o principal ingrediente para produzir o soro antiofídico, usado para neutralizar o veneno. “Nos acidentes causados por serpentes peçonhentas o paciente precisa do tratamento com o soro específico para a cobra que o atacou, dessa forma, precisamos do animal vivo para retirar o princípio para a produção do soro”, completa o setor.

Limpeza de quintais

Outro fator importante nesse contexto é a necessidade de os moradores manterem seus quintais sempre limpos. “Se estes animais estão aparecendo no nosso ambiente, na nossa casa, é importante a gente olhar para os nossos arredores, verificar se tem lixo acumulado e se estou acondicionando e colocando corretamente o lixo para o serviço de coleta. Verificar também se no meu quintal tem acúmulo de materiais, de tijolos, de restos de materiais de construção, porque eles servem de abrigos para animais peçonhentos, tanto cobras quanto aranhas, ratos e outros. Lembrando ainda que o mato cortado, a grama bem aparadinha é obrigação minha e dos meus vizinhos. Se eles não estão tendo esse cuidado, posso denunciar na Secretaria de Urbanismo”, orienta a Unidade de Zoonoses.

A denúncia ou solicitação dos moradores com relação a terrenos abandonados deve ser encaminhada por meio do site da Prefeitura de Araucária na aba de pesquisa, basta digitar ‘denúncia’ e clicar na opção ‘Denúncia de Lotes Sem Manutenção’. No registro é importante fornecer um número de referência ou outro detalhe que permita a identificação do lote pela equipe de fiscalização. Quando o local é particular, o proprietário é notificado para realizar a limpeza, sob risco de ser multado em caso de não cumprimento. Já no caso de ser terreno público, a situação é encaminhada para entrar na programação de limpeza da Prefeitura e ser realizada quanto antes possível.

Manejo

Sobre o recolhimento de animais peçonhentos em ambientes residenciais (dentro de casas ou nos quintais), a Unidade de Zoonoses explica que quando a chamada é recebida, existe uma organização interna das equipes para fazer a retirada deste animal. As pessoas devem ligar no fone 3614-7767.

Porém quando se trata de cobras encontradas em terrenos baldios, o morador deve ligar na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, no fone 3614-7480.

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