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Mulheres incríveis, que são protagonistas na luta contra o câncer

Comemorado em 27 de novembro, o Dia Nacional de Combate ao Câncer amplia o conhecimento da população brasileira sobre o câncer, principalmente sobre a sua prevenção. Na semana em que se comemora a data, o Jornal O Popular conversou com três mulheres que receberam diagnóstico da doença e contam um pouco sobre suas experiências com o tratamento e sobre como lidam com seus efeitos colaterais. Elas também falam das suas expectativas sobre a cura e a importância de receber apoio da família e de amigos e também da participação de entidades que assistem pacientes oncológicas, como a ONG EVA. 

Como recebi o diagnóstico

Helen conta que descobriu o diagnóstico em 2020, após notar sangramentos estranhos. “A confirmação do câncer demorou um pouco, pois nas primeiras idas ao médico, eles disseram que não era nada e não pediram exames para analisar melhor o caso. Após conseguir um encaixe com uma ginecologista, tudo foi mais rápido, já foram solicitados exames, que foram feitos com muita rapidez, assim eu recebi o diagnóstico e isso me abalou”.

Wera diz que fazia exames regularmente e nunca havia apontado nada de errado, até que começou a sentir fortes dores abdominais e sangramento, o que constatou o diagnóstico de câncer de colo de útero. “Para mim foi um choque, como se o chão se abrisse debaixo dos meus pés. Mas o câncer não é uma sentença de morte e sim uma sentença de viver, aprender a lidar com a doença”.

Dalva falou que descobriu a doença em março de 2022, quando foi realizar uma cirurgia para retirada da vesícula. “Os médicos perceberam haver algo errado e decidiram realizar uma biópsia e descobriram o câncer. Foi um baque pra mim”.

Como foi lidar com a descoberta

Para Helen, a parte mais difícil do diagnóstico foi a preocupação com a família. “Lidar com a descoberta da doença para mim, em particular, foi um desafio, eu me sustentei em dois pilares: a fé e a confiança na ciência avançada, para me manter firme no tratamento. Mas a parte que me deixou mais preocupada foi com relação a minha família, pois quando há uma pessoa com essa enfermidade, todos sofrem junto”.

Wera relata que a descoberta foi complicada, e mesmo sabendo o que viria pela frente, o medo e a incerteza foram muito fortes. “Você sabe o que vem pela frente, remédios, quimioterapia, radioterapia e então você não está preparada para tudo isso. Mas Deus te dá forças de onde você nem imagina”. Ela também conta que quando descobriu o câncer, seus filhos eram pequenos, e que eles foram a principal motivação para ela ter forças e realizar o tratamento. “Lutei muito por eles, sempre foi por eles”.

Já Dalva descreve que foi muito difícil receber o diagnóstico de forma tão inesperada. “Era como se a vida tivesse chegado ao fim entrei numa depressão terrível”.

Tratamento e expectativa de cura

Helen enfrentou os efeitos colaterais da terapia e lembrou o quanto isso foi complicado. “O tratamento é difícil, são radioterapias, quimioterapias que me deixam extremamente fraca. Dores constantes, imunidade cheia de altos e baixos. Mas tudo é muito rápido, os exames frequentes deixam a gente mais segura”. Ela tem grandes esperanças em relação à cura. “A expectativa em relação ao processo é a melhor possível, mas é claro que os pés precisam estar sempre no chão, o câncer que me acometeu é o maligno, em estágio 2, hoje uma metástase, a gente sabe que a situação nesse caso não é boa. Mas cremos em um Deus que faz o impossível, que capacita os médicos e temos toda a confiança na cura”.

Wera também tem ótimas expectativas para a cura, diz que é o seu maior sonho, mesmo sabendo que outras pessoas da família também tiveram o diagnóstico e que agora estão enfrentando sequelas do tratamento com radiação. Os rins dela foram afetados e ela precisa ir sempre ao hospital por conta de crises renais. “Mas é isso, estou vivendo um dia de cada vez…Para Deus nada é impossível e a gente ter que vir aqui para lutar, simplesmente para lutar”. Apesar de todas as complicações e sequelas que teve por conta do tratamento, Wera confessa que encontrou forças nos netos para reagir e continuar lutando.

Com a Dalva não foi diferente. Ela enfrentou dificuldades com a terapia e de se aceitar após o diagnóstico por conta de todas as mudanças físicas causadas. “O tratamento é muito sofrido, temos muito enjoo e cansaço. Parece que a gente não vai aguentar. O cabelo cai, a pele e as unhas escurecem e então vem a dificuldade de se aceitar, mas encontramos forças não sei de onde para enfrentar a doença, um dia de cada vez. Minha expectativa é o tratamento, muita esperança e fé que venceremos e que alcançaremos a cura, pois depende muito da nossa força de vontade, em lutar contra a doença”.

Apoio importante

Helen foi coroada Miss Eva 2022 e nos contou um pouco sobre como foi participar desse evento e a importância da ONG no seu tratamento: “Fiquei sabendo da ONG logo que a Adri (presidente da ONG) começou a organizá-la. Mas nunca tinha ido lá pessoalmente ver os trabalhos que a entidade desenvolvia. É muito bom termos na nossa cidade uma ONG voltada as pacientes oncológicas, lá são desenvolvidas muitas atividades e há suporte aos pacientes, que se estende aos familiares. Hoje faço parte da ONG e é muito gratificante. Inclusive participei do MISS EVA e conheci pessoas incríveis e com histórias inspiradoras. Foi maravilhoso fazer parte dessa história”. Helen reforça a importância de realizar exames regularmente. “Sempre digo algo que é clichê e talvez, por ser clichê, esteja sendo abafado, não esteja sendo ouvido como deveria. Mulheres, façam exames preventivos com regularidade, é a saúde e a vida de vocês, eu amo viver eu amo a vida”.

Wera enfrentou uma depressão e para ela a ONG teve grande impacto na sua luta. “O apoio da Adri e de todos que fazem parte da instituição, foi de grande importância para o meu tratamento. Quando preciso de alguma coisa, elas estão ali. Nem que seja uma palavra, um abraço”. Wera é muito vaidosa e diz que poder participar do Miss EVA foi muito importante. “Para mim foi uma grande conquista. Eu adorei. Sou muito vaidosa, gosto de desfilar, gosto de dançar, gosto de viver a vida. E não importa se perdesse ou ganhasse, o importante ali, era participar com as meninas, ver a alegria e garra de cada uma. A garra de viver, a garra de ser feliz. Então, só depende de nós!”

Dalva conheceu a ONG após receber o diagnóstico e lembra que aprendeu muito com a instituição. “Um lugar abençoado, que me ajudou muito a lutar pela vida e vencer a depressão, foi ali que aprendi a lutar pela vida, todos os dias!”

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