Mulheres inspiradoras que venceram o câncer de mama

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Outubro é um mês marcado por campanhas relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento, conhecido como Outubro Rosa, é celebrado anualmente desde os anos 90, com o objetivo de compartilhar informações não apenas sobre o câncer de mama mas também a respeito do câncer do colo do útero. A campanha também proporciona maior acesso aos serviços de diagnóstico e contribui para a redução da mortalidade.


Para as mulheres que enfrentaram a doença e hoje estão curadas, o fato de compartilhar suas lutas e suas vitórias, serve de incentivo a outras tantas que ainda estão em tratamento. “Falar das nossas experiências ajuda a quebrar barreiras da desinformação, do preconceito e do medo e mostram que você irá vencer também”, disse a professora Beatriz Skraba. Ela diz que receber o diagnóstico de um câncer de mama não é fácil. No entanto, ouvir relatos de pessoas que enfrentaram a doença e agora estão curadas, ajuda novas pacientes a manterem as esperanças em seus processos de cura.


Bia conversou com o Jornal O Popular em outubro de 2018, quando ainda estava em tratamento. Na época, relatou o processo de descoberta da doença e sua batalha com o tratamento. Acostumada a fazer exames de rotina todos os anos, sem falhar, principalmente porque em 2016 já tinha ficado cismada com um cisto no seio direito, fez todos os exames e em abril de 2018 repetiu os exames de rotina, como mamografia e ecografia. “Eu tinha um nódulo de apenas alguns milímetros, mas era suspeito, então fui encaminhada para consulta com um mastologista do Erasto Gaertner. Após vários outros exames, veio o diagnóstico. Chorei muito, porque perdi meu pai devido a um câncer. Mas passado o susto, estou lidando melhor com a doença”, disse.


Bia fez cirurgia para retirada parcial da mama esquerda e esvaziamento das axilas, sessões de quimioterapia, e tomografia e cintilografia óssea, que descartaram a hipótese de metástase. Também passou por um tratamento de imunoterapia e enfrentou sessões de radioterapia.


Neste Outubro Rosa, o jornal O Popular voltou a conversar com a professora Bia, que fez questão de falar sobre o seu processo de cura, para encorajar mulheres que estão em tratamento. “Recebi o diagnóstico de carcinoma intraductal e ductal infiltrante na mama direita em maio de 2018. Em 10 de julho realizei a retirada do nódulo e no mês de agosto iniciei meu ciclo de 8 quimioterapias (4 vermelhas e 4 brancas). As vermelhas são as mais fortes, os cabelos começam a cair, e no ciclo das brancas, iniciei a imunoterapia (17doses) e depois fiz 35 radioterapias. O término das medicações foi em novembro de 2019. Hoje faço o acompanhamento a cada um ano (começa de 3 em 3 meses, depois passa pra 6 e depois é anual), faço todos os exames e tomo uma medicação diária (tamoxifeno) pelos próximos 5 anos”, contou.


Ela concorda que o câncer é complicado, silencioso e temido. Mas como tudo na vida, diz que a doença é um processo de aceitação, de tratamento, de perda de cabelos, de amadurecimento, de se permitir pensar em si em primeiro lugar. “É um processo difícil, porém com uma luz no fim do túnel, que é a cura. Cura da saúde, mas não apenas isso, é também uma verdadeira cura emocional e espiritual. É viver intensamente todos os dias. É ter medo dobrado, mas em compensação, fé e coragem triplicadas. É finalmente se aceitar do jeito que você é. Não pensem que é fácil ficar sem cabelos, cílios, sobrancelhas. Todos dizem que é o de menos importância, inclusive eu disse isso no início, mas não é. Porém, é necessário, e é incrível como se ver de maneira totalmente diferente te faz mudar tanto por dentro. De repente, você percebe que a chama que arde dentro do teu coração é mais importante que qualquer coisa que possa haver por fora. Que a beleza das coisas que você cultiva transcende barreiras e que aquele amor que você sempre considerou muito grande, na verdade é muito maior. Pela família, pelos amigos, por aprender, por evoluir. Amor por poder voltar da escola de ônibus tendo uma bela conversa com os seus amigos. Amor pela vida. O câncer é um processo, que passa, mas depois dele você nunca será como antes, porque agora você valoriza tudo muito mais. O processo é como diz a música… “É saber se sentir infinito, num universo tão vasto e bonito, é saber sonhar, então fazer valer a pena, cada verso daquele poema sobre acreditar”. Eu acredito. E você? E não se esqueça: Deus é bom o tempo todo. O tempo todo Deus é bom. Minha cura vem desse Deus maravilhoso”, diz Bia, mostrando-se bastante emocionada.


Fé e coragem


Sônia Avellar também professora, tem outro exemplo inspirador para a cura do câncer. Ela também conversou com o Jornal O Popular em outubro de 2018, e na ocasião, ainda em tratamento, contou sobre como descobriu a doença no auge da vida, quando participava ativamente de competições de mountain bike, fazia academia e pedalava bastante. Rotina que ela teve que mudar devido aos tratamentos.
Assim como a Bia, ela está curada e conta com orgulho como enfrentou a doença, com muita fé e perseverança. “Há exatos 5 anos (11/10/2017) percebi um nódulo na mama esquerda durante o banho e, por sempre estar fazendo o autoexame, na hora já notei que era algo diferente. A partir daí iniciou-se um caminho que mudaria para sempre minha vida. Em poucas semanas veio a confirmação de que realmente eu estava com câncer de mama e deveríamos iniciar os protocolos de tratamento. Fiz quimioterapias, cirurgia de mastectomia total com reconstrução imediata da mama esquerda e esvaziamento axilar e dos linfonodos do braço esquerdo, radioterapias e mais quimioterapias. Durante todo esse processo (1 ano e 6 meses) vivenciei diversas situações: olhares de pena, de ‘repulsa’, de compreensão e também de amor. E foi esse amor, vindo das mais variadas pessoas, que contribuiu para hoje eu estar totalmente curada!”, descreveu.


Sônia ainda realiza exames anuais, com visitas à equipe médica. “Desde 2019 recebi alta e a melhor notícia de todas: Você está curada! Pode seguir sua vida normalmente, adotando alguns cuidados principalmente com alimentação e com o lado esquerdo!

”Hoje, com total conhecimento de causa, ela pede que todas as mulheres com diagnóstico de câncer que confiem nos médicos, sigam todas as orientações e cuidem mais dos seus pensamentos, jamais perdendo a fé. “A fé, aliada à positividade, nos sustenta e dá ânimo para seguirmos em frente, encarando as adversidades com mais leveza e menos dores. Se cuidem mulheres, realizem o autoexame das mamas, não tenham medo de encontrar algo ou ignorar os sinais do corpo, pois quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, aconselha.


Compartilhar
PUBLICIDADE