Necessária, mas incômoda

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Durante a semana aconteceram vários protestos de alunos, pais e professores de Araucária, por conta da efetivação da entrega das séries finais do ensino fundamental, do sexto ao nono ano das escolas Marcos Freire e Terezinha Theobaldo, por parte do município de Araucária ao Governo do Estado do Paraná.

A responsabilidade de manter estas séries sempre foi do Governo do Estado mas, há alguns anos e em tempos de abundância de recursos nos cofres de Araucária, o município puxou para si essa despesa. Dava voto e tinha di­nheiro em caixa. E ficou por isso. O tempo passou e uma geração toda de crianças entrou nessas escolas tendo aulas com professores da rede municipal.

Tudo funcionou bem até que o dinheiro acabou. Aí começaram as superlotações nas salas de aula. Para piorar, o município avançou o limite prudencial de gastos com pessoal estabelecido pela lei de responsabilidade fiscal e travou de vez. Não podia contratar mais ninguém. Mas o problema nas salas só aumentava. Houve denúncia no Ministério Público e resultou em mais pressão na prefeitura e na pessoa do prefeito. A alternativa foi devolver ao Estado o que não deveria ter saído de lá.

No afogadilho anunciaram a decisão para a comunidade escolar da decisão, sem muito, ou nenhum debate sobre o assunto. É claro que ninguém gostou da ideia. Nem na época e muito menos agora, momento da efetivação da decisão.
Porém, na prática o que vai acontecer é que, nestas escolas onde estas séries estão sendo entregues, irão funcionar duas escolas no mesmo prédio, a chamada dualidade. Essa é uma das queixas. Porém os alunos muito provavelmente irão estudar nos mesmos locais. A diferença é que os professores serão outros, fornecidos pelo Governo do Estado. Quem deverá ter mais mudanças em sua rotina deverão ser os professores da rede municipal, que serão remanejados para outras escolas municipais onde ainda são oferecidas estas séries.

Quem vai ter um grande benefício nessa história toda será Hissam Dehaini, o próximo prefeito. Ele vai assumir a prefeitura sem esta despesa e o desgaste político ficará na conta de Olizandro e Rui. A devolução parece lógica e necessária, mas é também bastante incômoda na vida dessas pessoas. Pense nisso e boa leitura.

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