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Todas as atividades desenvolvidas nos CMEis seguem os protocolos de biossegurança contra a Covid. Foto: Carlos Poly
No retorno dos CMEIs, pais aguardam pelo período integral
Todas as atividades desenvolvidas nos CMEis seguem os protocolos de biossegurança contra a Covid. Foto: Carlos Poly

Na última segunda-feira, 18 de outubro, as crianças do Infantil 4 retornaram aos Centros Municipais de Educação Infantil de Araucária (CMEIs), dentro do cronograma estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação (SMED). Com isso, faltam apenas o retorno das turmas do Infantil 3, 2 e 1 junto com o Infantil Bebê, cujas datas estão previstas para 25 de outubro (segunda-feira), 27 (quarta-feira) e 8 de novembro (segunda-feira), respectivamente. A retomada das atividades presenciais iniciou no dia 9 de agosto com as turmas de 8º e 9º anos, no dia 24 de agosto foi a vez dos 5º anos, 30 de agosto dos 4º anos, 14 de setembro voltaram os 3º, 2º e CMAEEs, em 20 de setembro os 1º anos e EJA, e 4 de outubro o Infantil 5.

O retorno está acontecendo no sistema híbrido e para as crianças de 0 a 3 anos, o atendimento será em dois grupos, um pela manhã e outro a tarde. Segundo a SMED, neste formato todas as crianças serão atendidas todos os dias, garantindo o processo de adaptação e atendimento contínuo necessários para essas idades. No entanto, alguns pais não estão contentes com essa retomada de algumas turmas do CMEI, em um período apenas.

É o caso da Michele Drzewinski, moradora da área rural de Campo Redondo, que tem filhos de 3 e 5 anos, que são atendidos pelo CMEI Capinzal. “Meu filho mais velho já voltou, mas em um período apenas e o outro vai voltar em breve, e também não será em período integral. Isso é muito complicado pra mim, eu preciso trabalhar e não tenho com quem deixar eles enquanto não estão na creche. Estou pedindo ajuda de vizinhos, mas não tenho mais o que fazer, não tenho com quem deixar eles, não posso mais viver de favores dos outros, implorando pra que cuidem dos meus filhos. Não posso ficar em casa porque tenho que trabalhar para sustentar meus filhos”, lamentou a mulher.

Michele disse ainda que não tem condições de pagar uma escolinha particular. “Sei do drama de outras mães, que gastam quase todo o salário para pagar uma escolinha particular. Elas passam necessidade em casa pra poder pagar a escolinha e ter onde deixar os filhos. Daí eu me pergunto: os filhos de famílias que tem melhores condições financeiras e que estão em escolas particulares não transmitem o vírus? Acho que não, porque todas retornaram numa boa. Agora, os filhos das famílias menos favorecidas, são transmissores de Covid? Isso precisa ser repensado”, sugeriu a mãe.

Outra mãe, que tem um filho de 2 anos, no CMEI Professora Maria Izabel Hempkemaier, no Jardim Gralha Azul, falou que acha inviável a volta dos Centros apenas por meio período. “Nós pais necessitamos do retorno integral porque trabalhamos e de algum modo, nossos filhos tem que ficar em algum lugar ou com alguém. No meu caso, estou tendo que pagar uma escola particular para meu filho ficar, não tive outra solução. Com todos os professores vacinados e cumprindo os protocolos, acho que poderiam sim voltar a funcionar integralmente. Mesmo tendo dificuldades em arcar com as despesas da escolinha particular, vou mantê-lo por lá, pelo menos até que o CMEI retome em período integral”, disse a mulher, que preferiu não ser identificada.

A secretária municipal de Educação, Adriana Palmieri, explicou que para esse ano, pelo menos até o momento, não há previsão de retomada dos CMEIs em período integral. “Os municípios vizinhos estão fazendo como nós, mas isso pode mudar”, ponderou.

Casos de Covid

Paralelamente ao retorno das turmas nas escolas municipais e CMEIs, ainda há uma certa preocupação por parte de alguns pais, com possíveis casos de Covid entre crianças que já retornaram no presencial. Porém a SMED garantiu que não foram registrados muitos casos, e que a maioria não vai além das suspeitas. “Graças a Deus está tudo dentro do esperado, estamos tomando todas as precauções possíveis e seguindo os protocolos sanitários à risca, e a tendência é ir melhorando cada vez mais”, assegurou a secretária. Ela comentou ainda que os pais estão contentes com esse panorama e isso mostra que o município tem respeitado o distanciamento e os demais protocolos de segurança contra a Covid.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1284 – 21/10/2021

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