Nossa parte

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A decisão da Prefeitura de praticamente dobrar os valores das taxas de sepultamento em nosso Município pode parecer, num primeiro momento, um absurdo.

Passado o susto inicial, no entanto, é possível constatar que a decisão é correta. Há anos que a taxa estava defasada, o que acabou criando na cidade uma espécie de atração de mortos dos municípios vizinhos. Exatamente, como enterrar uma pessoa aqui em Araucária era bem mais barata, quem tinha familiar em Contenda, Lapa, Fazenda Rio Grande e até Curitiba se aproveitava do precinho camarada daqui para trazer o ente, muitas vezes nem tão querido assim, para ser sepultado no Cemitério Independência.

Essa questão da taxa de se­pultamento é mais um exemplo dos equívocos que foram tomados pelos gestores que aqui passaram ao longo de décadas. Como Araucária é tida como uma cidade afortunada, os responsáveis por gerenciar o Município abriam mão de reajustar impostos e taxas anualmente, como todas as cidades por aí sempre fizeram.

Alguns, obviamente, podem pensar que isso foi correto. Afinal, se havia dinheiro de outras fontes, vamos aliviar para o contribuinte aqui e ali. Essa análise simplista, no entanto, perde força quando olha­mos a cidade de maneira global e constatamos o que deixamos de fazer e o quanto deixamos de investir em áreas que poderiam ter feito de nossa Araucária um oásis em termos de desenvolvimento na região metropolitana e, porque não, no Brasil e no mundo.

Se tivéssemos gerido os impostos de maneira adequada, não deixado de abrir mão de um centavo que fosse, talvez tivéssemos hoje uma cidade com suas ruas todas asfaltadas, sem áreas de ocupação irregular, com ensino integral para nossas crianças e com a oferta de políticas públicas que realmente promovessem nossos cidadãos, criando deste modo um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

Preferimos, no entanto, o assistencialismo, o favorzinho. Preferimos não explicar à nossa população o porquê de a taxa disso e daquilo ter sido reajustada. Preferimos não cobrar que cada morador cuidasse do mato de frente de sua casa. Preferimos isentar um monte de gente do pagamento de IPTU e assim por diante. E agora, que o dinheiro já não jorra abundantemente como outrora, precisamos ficar correndo atrás do prejuízo. Uma pena!

Pensemos nisso e boa leitura!

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