A tarde de segunda-feira, 11 de setembro, foi movimentada em Araucária. Isto porque o Ministério Público deflagrou uma operação com o objetivo de apurar eventual abuso de poder político e econômico no processo eleitoral para escolha dos novos conselheiros tutelares da cidade
Câmara e Conselho Leste
Os endereços dessa operação foram essencialmente os prédios da Câmara de Vereadores e a sede do Conselho Tutelar Leste. Foram cumpridos pelo menos quatro mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estavam o vereador Ben Hur Custódio de Oliveira e o conselheiro tutelar Alysson Henrique Stygar, que é candidato à reeleição.
Gravações ambientais
Ao que se sabe, a operação deflagrada na segunda é desdobramento de alguns áudios que já estavam circulando pela cidade por meio de grupos de whatsapp. Os áudios teriam sido gravados ambientalmente dentro da Câmara de Vereadores e mostrariam uma conversa com tratativas para eleger uma certa quantidade de conselheiros nas eleições que acontecem no próximo 1º de outubro. Entre elas o transporte de eleitores e o financiamento irregular da campanha.
Made in Araucária
Embora algumas pessoas tenham o hábito de atrelar toda e qualquer operação deflagrada na cidade ao GAECO, é preciso dizer que esta investigação sobre eventuais irregularidades no processo de escolha do Conselho Tutelar é totalmente made in MP de Araucária. Os trabalhos foram conduzidos pela 2ª Promotoria de Justiça do Município, responsável pela seara da Infância e Juventude e à quem cabe fiscalizar o processo eleitoral para escolha dos conselheiros. Quem esteve à frente dessa trabalheira foram os promotores David Kerber de Aguiar, Thiago Artigas Niclewicz, Alexandre Ribas Paiva e Priscila da Mata Cavalcante.
Apreensões
Para efetivar as determinações judiciais, o Ministério Público contou com o apoio da Polícia Militar e de oficiais de justiça da cidade. Entre o material apreendido estão documentos, computadores, anotações, material de campanha e celulares. Todo esse conteúdo será agora periciado. Ao que se sabe também o MP já estaria ouvindo algumas pessoas na busca de comprovar ou descartar as irregularidades aventadas. É só ao final dessa trabalheira toda que os promotores decidirão se haverá a promoção de alguma denúncia e/ou se o procedimento será arquivado.
Dentro da normalidade
Já quanto as buscas, elas aconteceram dentro da normalidade. Os promotores e oficiais de justiça encontraram todos os alvos, sendo que eles foram – dentro do resguardo de seus direitos – colaborativos. O presidente da Casa, inclusive, sequer estava na Câmara quando a operação teve início, sendo que tão logo soube que a sede do Poder Legislativo era um dos focos da ação, teria comparecido ao local e atendido as determinações contidas nos mandados. Logo, é fakenews que ele tentou fugir da abordagem ou algo assim.
Língua de sinais
Desde que o vereador Fábio Pavoni (PV) andou entregando ao MP áudios que um de seus assessores teria feito do presidente da Câmara num ambiente festivo todo mundo já andava meio cabreiros com que diziam. Desconfiados, evitavam até fazer piadas com duplo sentido para que nenhum araponga distorcesse isso ou aquilo. Agora, depois de mais essa, o negócio é aprender a linguagem de sinais para se comunicar pelos corredores do Legislativo.
Proposta
E na onda das gravações, o vereador Ricardo Teixeira (PSDB) já apresentou um requerimento ao plenário da Câmara para que toda e qualquer reunião promovida pelo Poder Legislativo seja gravada e disponibilizada a população nas redes sociais da Casa. Segundo ele, esse é um jeito de se evitar que ninguém grave somente o trecho que melhor lhe interesse de conversas com agentes públicos.
Bate-papo petista
A direção municipal do Partido dos Trabalhadores promoverá no próximo dia 23 de setembro uma reunião com seus filiados. A ideia do encontro, que terá início às 13h, na sede de eventos do Sindimont, é analisar a conjuntura política nacional, estadual e municipal.
Pré-candidatos
Também nessa oportunidade, os petistas interessados em disputar as eleições municipais do ano que vem, seja como candidatos a vereador, prefeito e vice, poderão assinar já uma ficha de pré-inscrição. A estes será oportunizado um certo tempo para que discorram sobre suas propostas para a cidade caso – lá no ano que vem – suas candidaturas sejam confirmadas.
Reprovado
Em sessão da Câmara realizada na última terça-feira, 12 de setembro, a maioria dos vereadores reprovou uma indicação que pedia que a Prefeitura não desse falta aos servidores do magistério que não foram trabalhar no dia 15 de agosto. Neste dia aconteceu uma greve deflagrada pelo Sismmar e que acabou fechando diversas escolas e cmeis, fazendo com que os pais que precisaram ir ao trabalho nessa oportunidade não tivessem com quem deixar seus filhos.
Autores
Os vereadores que propuseram o abono da falta para os servidores que não foram trabalhar no dia 15 de agosto foram Valter Fernandes (Cidadania), Eduardo Castilhos (PL) e Fábio Pavoni (PV).
E quem defende os pais?
Durante a discussão dessa indicação, o vereador Irineu Cantador (PSD) fez uma fala interessante sobre o assunto. Ele votou contra a indicação de abono da falta por entender que o assunto ainda está sendo discutido na Justiça, que até o momento entende que essa greve do magistério foi ilegal. Para além disso, ele também convidou a população a uma reflexão sobre onde fica o direito dos pais e mães que precisaram se virar nos trinta para encontrar alguém de confiança para deixar seus filhos por conta de uma greve como essa. Ressaltou que muitas dessas pessoas não encontraram alguém para deixar seus pequenos e tiveram que faltar ao serviço, perdendo o dia de trabalho e tendo esse valor descontado de seu salário.
Reforma da carreira e previdência
E já são pelo menos três as reuniões entre Prefeitura, Câmara, Fundo de Previdência, Sismmar e Sifar sobre o pacote de reforma da carreira e previdência dos servidores públicos municipais. Nesta semana, por exemplo, o encontro aconteceu na quarta-feira, 13 de setembro, no salão nobre do Paço Municipal. Atentos, os presentes acompanharam a uma minuciosa explicação do procurador-geral do Município, Simon Gustavo de Caldas, sobre as circunstâncias políticas, econômicas e históricas que levaram o Município a constatar a necessidade de contratação de uma instituição robusta como a Fundação Instituto de Administração (FIA) para analisar a conjuntura local e, a partir dela, propor adequações na legislação municipal que regula a carreira e aposentadoria do servidor público municipal.
Edição n.º 1380