Notas Políticas – Edição 1263

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Casa do povo sim…

Apesar da manhã fria de terça-feira, 25 de maio, os trabalhos na Câmara de Vereadores começaram quentes. Tudo por conta da decisão do presidente da Casa, Celso Nicácio (PSD), que não autorizou que a representante de um sindicato que representa o funcionalismo municipal fizesse uso da tribuna. Nicácio explicou que, infelizmente, não poderia autorizar a fala porque o ofício encaminhado à direção do parlamento não mencionou o tema que seria abordado pela líder sindical.

… da mãe Joana não.

Revoltada com a negativa, a líder sindical aumentou o tom contra o presidente e o acusou de estar perseguindo o seu sindicato. Ora, gostem ou não gostem da Câmara e dos vereadores, é preciso pontuar que, neste caso, Nicácio agiu com critério e a representante do sindicato demonstrou falta de educação com o Poder Legislativo. O tom de voz transloucado com o qual a líder sindical se dirigiu ao presidente da Câmara não é aceitável. Afinal, eles são sim eleitos pela população. Nicácio, aliás, tem praticamente a mesma quantidade ou até mais votos do que o sindicato tem de filiados. Sem contar que aparentemente não houve perseguição alguma. Até porque o outro sindicato que também representa o funcionalismo e que fez o ofício certinho usou da tribuna.

Sociologia e Filosofia

A Câmara decidiu que irá encaminhar moção de apoio a uma reclamação feita pelo professor Jester Furtado durante a sessão desta semana. Ele usou da tribuna da Casa para reclamar que a Secretaria de Estado da Educação (SEED) diminuiu o número de aulas semanais das disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. No entendimento dele (e agora dos vereadores), essa mudança é prejudicial ao desenvolvimento intelectual dos alunos.

Como fica?

Antes desta mudança, os alunos tinham duas aulas por semana de Sociologia e outras duas de Filosofia. Com a mudança, haverá apenas uma aula por semana destas disciplinas.

O que entra?

As aulas diminuídas de Sociologia e serão substituídas pela disciplina de Educação Financeira e o acréscimo no número de aulas de matemática e português.

Mantido

Também esta semana, a Câmara analisou o veto feito pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini (Cidadania) ao projeto de lei que priorizava líderes religiosos na hora da vacinação. O martelo quanto ao destino deste projeto já estava batido e seria mesmo o arquivo morto. Logo, não houve surpresa quando todos decidiram pela manutenção do veto.

CPI

Tema recorrente nas sessões da Câmara, a reabertura do Armazém da Família voltou a ocupar parte da plenária desta semana. Como se sabe, esses estabelecimentos estão fechados desde 2012 e atualmente não podem ter suas atividades retomadas porque a Prefeitura de Curitiba, que é quem gerencia o programa, não aceita renovar o convênio com a Prefeitura de Araucária porque alega a existência de uma dívida de pouco mais de R$ 1 milhão. O valor seria referente a mercadorias que simplesmente sumiram dos armazéns.

Na Justiça

Embora em valores absolutos, R$ 1 milhão não seja muita coisa para as prefeituras de Araucária e Curitiba, é fato que estamos falando de dinheiro público que sumiu. E, como se sabe, dinheiro público não some. Ou ele é desperdiçado por más gestões ou roubado. Justamente por isso é que essa pendenga foi parar na Justiça. E enquanto não houver uma decisão judicial dizendo que Araucária deve ou não pagar essa grana, o gestor público que estiver à frente do Município não poderá simplesmente tirar um milhão dos cofres e quitar a pendência consensualmente.

CPI

Na última sessão da Câmara, inclusive, diante desta sinuca de bico que por ora não vai se resolver, o vereador Ben Hur Custódio de Oliveira (Cidadania) falou até em abrir uma CPI para investigar que fim levou o dinheiro do armazém da família. Se vai vingar não se sabe, mas pelos corredores do parlamento já haveria até uma listagem de quem deveria ser convocado. Estariam entre os nomes os secretários de Agricultura da gestão 2009-2012, os gerentes dos armazéns da família da época e por aí vai.

De volta

O secretário de Meio Ambiente, Vitor Cantador, já está de volta ao comando da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA). Ele havia sido exonerado na semana anterior para que pudesse resolver problemas de ordem pessoal.

Ponto facultativo

Depois de algum período sem pontos facultativos, a Prefeitura decidiu emendar o feriado de Corpus Christi. Com isso, as repartições públicas do Município não funcionarão na quinta e sexta-feira, dias 3 e 4 de junho.

Saúde funciona

Por conta da pandemia, todos os setores da Prefeitura vinculados à Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) não serão alcançados pelo decreto de ponto facultativo.

Prestação de contas

Está confirmada para a próxima segunda-feira, 31 de dezembro, a audiência pública de prestação de contas referente ao primeiro quadrimestre de 2021. O evento acontecerá no plenário da Câmara de Vereadores a partir das 10h e será transmitido ao vivo pelas páginas da Casa no Facebook e Youtube.

Não vingou

A Justiça Eleitoral mandou arquivar uma ação movida por Josué Ribeiro de Lima, que em 2020 foi candidato a vereador pelo Podemos, contra o diretório municipal do PV e diversos de seus filiados. Segundo Josué, o PV e esses filiados teriam realizado campanha antecipada ao longo do ano passado. Essencialmente, com a ação, ele queria dar um jeito de os votos da chapa toda ou de alguns dos candidatos fossem considerados nulos, o que faria com que o PV perdesse a cadeira que conseguiu na Câmara. No entanto, conforme entendimento do Poder Judiciário, Josué não possuía legitimidade para entrar com ação, fazendo natimorta. A sentença é do dia 23 de maio.

Tempos difíceis

Personagem de dezena, talvez centenas de nossas notas políticas, Wilson Roberto David Mota nos deixou na semana passada. Vereador por sete mandatos, presidente da Câmara em duas oportunidades, secretário de Agricultura e secretário de Esporte e Lazer em outras gestões, além de prefeito por 11 dias, Betão era uma figura única. Ao longo de seus vários anos como vereador protagonizou momentos bons e ruins no exercício da vida pública, mas jamais deixou de ser uma pessoa acessível, bem-educada, que entendia e respeitava o trabalho dos outros.

Marcantes

Betão foi um político que contabilizou algumas lendas ao longo de sua trajetória na política local. Uma das mais lembradas foi a vez em que foi questionado por um professor sobre os motivos dele ter nomeado um familiar para ocupar um cargo em comissão (naquele tempo ainda era possível). Sincerão, Betão respondeu: “mas você queria o quê? Que eu nomeasse alguém da sua família?”. Pronto. Assunto encerrado. Em outra ocasião lhe disseram que ele não era um bom vereador. Ele respondeu: “ueh, senão tá bom nos tire”. Depois disso foi reeleito. E essas são apenas alguns exemplos de como era o jeito Betão de ser.

Texto: Waldiclei Barboza

Publicado na edição 1263 – 27/05/2021

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