Já tramita pela Câmara de Vereadores o projeto de lei que altera o orçamento municipal, permitindo que a Prefeitura reduza em mais 0,25 o custo da tarifa nos ônibus do sistema TRIAR (Transporte Integrado de Araucária).
A expectativa agora é que o projeto seja apreciado pelos vereadores já na próxima sessão plenária da Casa. “Já fizemos a recepção do projeto em sessão e encaminhamos às comissões para análise. É um benefício muito importante para o trabalhador araucariense e faremos todo o que for regimentalmente possível para colocá-lo em votação o quanto antes”, garantiu a presidente da Câmara, Amanda Nassar (PMN).
A nova redução no valor da tarifa foi sacramentada pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini (PPS) na semana passada. Antes de bater o martelo, no entanto, ele pediu à Secretaria Municipal de Planejamento (SMPL) para que fizesse os estudos necessários acerca dos custos da ação. “Havia conversado com a Câmara sobre essa nossa intenção de reduzir o valor da passagem, até utilizando para isso parte dos recursos que o Legislativo não utilizou no ano passado e que foram devolvidos aos cofres da Prefeitura no final do ano. A redução no valor da passagem é uma forma de devolvermos ao trabalhador parte do dinheiro que ele mesmo gera para o Município”, pontuou o prefeito.
Para reduzir o valor da tarifa será necessário acrescer ao orçamento da Secretaria de Planejamento R$ 4,4 milhões. É o projeto de lei permitindo esse acréscimo que tramita agora pela Casa de Leis.
Ainda conforme a Prefeitura, mesmo com a redução no valor da tarifa para R$ 2,65, a integração com os ônibus metropolitanos nos terminais Central e Angélica será mantida. Da mesma forma, não haverá alteração nas gratuidades concedidas a todos os passageiros aos domingos e, aos estudantes e responsáveis por alunos dos Cmeis, nos dias de aula.
Segue sendo mais barato
Para que a passagem do TRIAR passe a custar R$ 2,65, a Prefeitura terá que aumentar o valor do subsídio anual ao sistema de transporte coletivo.
Isto porque, como todos devem saber, apenas com o valor sequinho que os passageiros pagam de tarifa não é possível manter os ônibus rodando. Em 2018, com a tarifa a R$ 2,90, o Município já havia tido que fazer uma “intera” de R$ 18,9 milhões. Agora, com a redução para R$ 2,65, a expectativa é que o subsídio vá para R$ 24 milhões. O número não é absoluto porque pode variar um pouco, dependendo da quantidade de passageiros que pegam os ônibus do TRIAR ao longo do ano.
Em 2018, por exemplo, passaram pelas catracas do TRIAR 10.882.533 passageiros. Deste total, 8.031.147 foram de usuários pagantes e 2.851.386 de pessoas com gratuidade na tarifa como estudantes, idosos e pessoas com deficiência.
Apesar da previsão de aumento do subsídio da Prefeitura no custeio do sistema TRIAR, o novo valor ainda será infinitamente inferior ao que era praticado pelo Município quando da existência da Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC).
Naquela época, mesmo com a tarifa custando o mesmo preço da Capital e sem a domingueira e a isenção para estudantes, o Município chegou a ter que jogar na CMTC mais de R$ 40 milhões para bancar as despesas da Companhia. Isto, sem contar o valor que era arrecadado nas catracas, o que fazia com que o custo anual do órgão superasse a casa dos R$ 70 milhões.
Texto: Waldiclei Barboza
Publicado na edição 1152 – 28/02/2019