Guardas Municipais foram informados da desativação do Grupo de Apoio Tático (GAT) em reunião na última terça-feira e ficaram descontentes com a notícia; secretário afirma que objetivo é também legalizar o setor
O novo secretário de Segurança Pública, José Roberto Fortes, anunciou em reunião nesta terça-feira, 3 de janeiro, que o Grupo de Apoio Tático (GAT) da Guarda Municipal de Araucária será desativado. A notícia deixou parte dos guardas descontentes, visto que, de acordo com um deles, houve concurso interno para os funcionários ingressarem no setor.
Segundo informações, o GAT atualmente era composto por 20 guardas municipais que passaram por prova escrita, física e realizaram curso de formação específico para fazer parte da divisão. O secretário, contudo, comenta que não houve nenhum concurso interno regulamentado e ministrado por órgão de ensino. “Nunca existiu nenhum concurso. A prova escrita e física qualquer um pode fazer, mas nada foi feito oficialmente”, explicou Fortes.
Um integrante da guarda comentou que durante a reunião o secretário disse que o GAT seria desmanchado para que houvesse um aumento de guardas nas viaturas. “Isso não resolve a nossa situação. A população vai perecer”, disse o guarda. Já o secretário informou que a desativação aconteceu porque a corporação toda deverá ser reestruturada e, quem sabe, futuramente, o grupo possa ser novamente montado. “Não podemos dar nenhuma previsão de quando o GAT pode vir a atuar novamente, mesmo porque não sabemos ao certo como está a situação financeira e orçamentária do município”, declarou. Segundo ele, a corporação primeiramente passará por um trabalho contínuo de união e aumento do efetivo nas ruas com mais viaturas.
O guarda, por sua vez, contou que hoje, em condições de uso, há cerca de seis viaturas rodando nas ruas, e que a conta feita por Fortes não bate. “Quando o ex-secretário Castanheira estava na função, de duas a três prisões eram feitas por dia. Desde que o novo secretário assumiu, as atividades diminuíram muito”, ressaltou. Para ele, a bronca da desativação do GAT é pessoal. “Não acredito que ele esteja fazendo isso pensando na cidade em si. Envolve muito mais um desentendimento entre ‘equipes’ e, acima de tudo, ego do novo secretário”, afirmou. O Guarda ainda contou que o atual prefeito Hissam Dehaini entrou em contato com a GM no fim do ano passado dizendo que seriam compradas mais caminhonetes e que o GAT não seria desativado. “Pra falar a verdade, eu não sei se o prefeito está sabendo dessa decisão do secretário”, destacou.
Por outro lado, Fortes diz que o GAT não é determinado por lei, e que tudo o que for feito na pasta será legal. “O intuito é agir com a guarda mais ostensivamente, realizar todos os processos dentro da lei e também dentro das condições financeiras do município”, concluiu o secretário.