A conselheira tutelar Cirlene Cruz foi afastada do cargo na última segunda-feira, 21 de outubro. Ela atuava no Conselho Tutelar Oeste. O afastamento foi uma determinação do Juízo da Vara da Infância e Juventude de Araucária, que atendeu a um pedido da 2ª Promotoria de Justiça.

A decisão mandando afastar Cirlene do cargo foi proferida numa ação civil pública proposta pelo Ministério Público local. No processo, o MP aponta várias situações em que a conselheira tutelar apresentou comportamento incompatível com a função.

São citados fatos como uma suposta tentativa de transferência irregular de um grupo de irmãos acolhidos em Curitiba para Araucária, sem o conhecimento ou anuência do Ministério Público ou do Judiciário; diversas recusas de atendimento a crianças e adolescentes por parte da conselheira, e casos de assédio moral no ambiente de trabalho praticados por ela.

Outra situação relatada pelo Ministério Público na ação é o fato de o marido de Cirlene, aparentemente com seu consentimento e facilitação, ter usado as dependências do Conselho Tutelar para atividades incompatíveis com a natureza institucional do Órgão. Atividades esta, inclusive, de caráter político-partidárias. Como se sabe, Cirlene é esposa de Clodoaldo Sizenando.

Em sua decisão, o Juízo da Vara de Infância da cidade escreveu que “diante da inobservância dos deveres atinentes à função de conselheira tutelar, com o consequente comprometimento do funcionamento e da credibilidade da instituição”.

A decisão ainda é liminar, mas no mérito o MP pede a cassação do mandato de Cirlene. Agora ela terá prazo para apresentar sua defesa. Não há necessariamente uma data para que o processo seja concluído. Enquanto estiver afastada do cargo, Lucio Correa assume o posto de conselheiro tutelar, já que é o primeiro suplente.

Edição n.º 1438.