Quem acompanhou a sessão plenária da Câmara desta terça-feira, 25 de março, já sentiu que o clima entre os edis segue belicoso. E, como se sabe, quando o pessoal cisma em querer falar antes de o cérebro processar se esse pensamento deveria mesmo ser verbalizado as chances de dizermos besteira é grande.

NP: Olizandro Junior não propôs o requerimento que diz ter proposto
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Vejamos, por exemplo, o pedido de impugnação a ata da sessão de 18 de março, feito pelo vereador Olizandro Junior (MDB) no início dos trabalhos desta semana. Ele afirmou que havia feito um requerimento para que o projeto de lei que instituiu o vale-alimentação para vereadores fosse retirado de votação. Segundo ele, o protocolo do pedido teria sido feito em 14 de março. Argumentou que a Presidência da Casa devia ter levado o requerimento para análise na sessão de 18 de março e que isso não foi feito. Por esta razão, impugnou a bendita da ata dessa sessão.

O pedido foi rejeitado pela Presidência da Casa. Mas ficou a dúvida. Porque diacho o requerimento feito por Olizandro Junior não foi analisado pelos edis? A resposta, segundo a direção da Câmara é a de que o próprio vereador cancelou a propositura do requerimento três minutos depois de tê-la protocolado no sistema da Câmara.

Para comprovar a desistência de Junior a direção da Câmara nos enviou um print do sistema que gere as demandas propostas pelos vereadores. Lá, consta que Olizandro Junior de fato propôs o requerimento em 14 de março de 2025, às 14h19. Porém, três minutos depois, às 14h22, ele mesmo cancelou o pedido, sob a justificativa de “erro de digitação”.

Ou seja, oficialmente o requerimento para retirar o projeto do vale-alimentação de votação nunca existiu. Logo, o pedido de impugnação da ata da sessão anterior feita por Olizandro Junior nesta terça-feira se embasou num ato que ele diz que praticou, mas que oficialmente não praticou.

Edição n.º 1458.