Pesquisar
Close this search box.

O amor aos inimigos

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Jesus realmente veio trazer uma boa nova, totalmente diferente daquela anunciada pelos doutores da lei e pelos fariseus. E a grande novidade trazida pelo profeta de Nazaré, inclui o amor àqueles que nos querem o mal, que nos perseguem e nos caluniam. Amar aqueles que nos amam, amar aqueles que falam bem de nós, amar aqueles que nos elogiam, amar aqueles que nos apreciam, é muito fácil e muito cômodo. Mas amar e querer o bem àqueles que nos odeiam, é realmente algo muito mais difícil e exigente. Isso não quer dizer concordar com as injustiças, com as calúnias, mas, significa pagar o mal com o bem.
Jesus supera a visão judaica do ‘olho por olho e dente por dente’, ou seja, na mesma medida que você me quer o mal, eu desejo o mal para você; na mesma medida em que você me odeia, eu te odeio; na mesma medida em que você me destrói, eu também te destruo. Ou, no lado positivo, na mesma medida em que você me deseja o bem, eu desejo o mesmo para você. Essa lei já tinha sido um avanço, pois, antes dela, o castigo não era proporcional ao ato feito. Mas, para Jesus, essa lei deve ser superada, pois, aquele que ama, nunca age querendo o mal do outro.
Quem ama é capaz de perdoar, e não guarda mágoas, ressentimentos e nem o desejo de vingança. Perdoar não quer dizer aprovar a atitude violenta do outro, mas, não dar poder aos seus pensamentos e sentimentos a nosso respeito. Quando alguém fala mal, nos calunia, faz fofocas contra a nossa pessoa, é preciso que aprendamos a perdoar e não dar o troco. A violência só gera mais violência e nunca ajudou as pessoas a se relacionarem melhor e a melhorar o mundo. Pelo contrário, ela cria uma espiral que provoca sempre mais dissabores, ódios, vinganças, que tantas vezes se refletem inclusive na destruição física do nosso próximo.
Jesus nos ensinou a perdoar sempre, não setenta vezes sete, como pedia Pedro. Na medida em que nós somos capazes de perdoar, nos sentimos livres por dentro, superando aquela máxima da mesma medida. Cortamos o mal pela raiz e nossa vida segue em frente. Do contrário, nos sentimos dominados pelo outro, por seu poder, e nos tornamos tantas vezes um refém emocional daquilo que ele manipula. Ou então, quando prometemos vingança e dar o troco, também somos movidos pelo poder que o outro exerce sobre nós. Pelo contrário, o perdão dissolve tudo isso e nos coloca numa atitude de serenidade e de liberdade. Jesus, como prova máxima do seu amor, perdoou na cruz aqueles que o maltratavam e destruíam. Prova de amor maior não há, do que dar a vida pelos irmãos e por aqueles que nos odeiam.
Na escola de Jesus nós aprendemos o verdadeiro amor, que nunca guarda mágoas, ressentimentos e nem desejos de vingança. Muito pelo contrário, ele nos ensina a continuar amando, mesmo aqueles que desejam o nosso mal e a nossa ruína. Porque, no fundo, agindo assim, eles mesmos se destroem. Um coração livre é aquele que ama sempre, e só pensa no bem e na realização do próximo. Muito exigente essa proposta de Jesus, mas, somente na medida em que amamos livremente, mesmo quando insultados ou perseguidos, é que encontraremos a verdadeira paz e felicidade.