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O Deus da vida

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Assusta-nos a certeza da brevidade da vida. Diante da iminente morte, geralmente nos sentimos amedrontados, confusos e perdidos, muitas vezes desesperados, como se ela fosse eterna e sem retorno. Ao longo da história, sobretudo, filósofos tentaram encontrar uma explicação para a morte, mas, sempre permaneceu a dúvida e, tantas vezes, o desespero diante de algo tão misterioso e inexplicável. A teologia, pelo contrário, seguindo aquilo que Jesus apresenta em diversas partes do evangelho, vê na morte o início de uma vida plena, um encontro face a face com Deus.

Tantas pessoas vivem como se não existisse uma vida eterna e, por isso, usufruem o máximo desta vida terrena, sem nenhum escrúpulo ou limite diante de corrupção, mentiras, falsidades, cheios de ganância diante das coisas materiais. São movidas por um único desejo: ter e ter, para poder mandar, dominar e massacrar. É isso que determina suas vidas e os faz crer serem superiores aos demais. As coisas deste mundo as fazem sonhar, projetar, ludibriar-se e vangloriar-se perante os outros. Ledo engano, de quem pensa que a vida se resume em bens econômicos. Esses passam e a vida um dia chegará ao seu final e, nada, absolutamente nada poderá ser levado para a eternidade. Mas, somente, o bem que foi semeado, o amor que foi partilhado, o serviço que foi realizado em prol do outro.

Para nós, que acreditamos em Deus, Ele é o Senhor da vida. Ele enviou seu filho Jesus para o mundo, ‘para que todos tenham vida e a tenham em abundância’. A vida que Jesus apresenta, não é pautada em valores econômicos, em posses, em domínios, mas, em amor que se traduz como serviço, doação, gratuidade, respeito, perdão, acolhida. Aos seus que reclamam de privilégios, ele garante o cêntuplo aqui na terra, em famílias e amigos e mais a eternidade. Nada de coisas materiais, domínios, muito pelo contrário, quem quiser ser o maior, será o servo de todos. A vida em Jesus, ou assume o rosto do serviço, ou, então, é uma vida inventada, criada para satisfazer seus gostos e não aqueles professados pelo Mestre.

Acreditar em Jesus é perceber que a vida só tem sentido quando partilhada em prol de todos, especialmente, daqueles mais doentes e necessitados. Ele nos deu o exemplo, quando curou aquela mulher com hemorragia, ou, então, quando trouxe para a vida, a filha de Jairo. Ele é o Senhor da vida, que passou pelo mundo curando os doentes, visitando os pecadores, resgatando a dignidade daqueles caídos e excluídos pela sociedade, dando vez e voz para aqueles que estavam marginalizados de todos os seus direitos. Ele não veio para julgar ou condenar, mas para salvar e dar a vida em resgate de muitos.

Como seguidores de Jesus, somos desafiados a penetrarmos na beleza do seu evangelho e descobrir ali a essência da nossa existência. Tantos o leem, mas, passam a margem daquilo que realmente ele nos tem a dizer. Acabam se desviando da essência e, de modo fundamentalista, fora do contexto, criam verdadeiros castelos de ouro. Dizem aquilo que Jesus nunca disse e defendem aquilo que Jesus nunca defendeu. Entender e seguir o Mestre significa ser defensor da vida para todos. O Reino de Deus só será plenamente realizado, quando todos tiverem o suficiente para viver com dignidade. E, quem defende e luta pelo direito à vida aqui na terra, certamente compreenderá o grande mistério da vida eterna. Sua vida continuará, em outra dimensão, a ser glorificada nos braços do Pai. E, o amor aos irmãos, é a garantia de uma vida plena, nos braços de DEUS, que é plenamente AMOR.

Publicado na edição 1267 – 24/06/2021

O Deus da vida
O Deus da vida 1